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Kiara

Já tem mais de meia que estou aqui, sentada no sofá, com os cotovelos apoiados nos braços e pensando o que vou fazer.

- Você só faz merda Kiara.

"Você polui onde passa Katherine, você feri todos ao seu redor ao tentar se proteger, ao tentar fingir ou mentir"

É mãe... você tem razão. Eu poluo tudo que toco.

Ando até a cozinha pegando um copo de água e bebendo tudo em um único gole.

Quando termino meus olhos recaem nas garrafas no chão, todas agrupadas em um canto da cozinha.

Aperto o copo em minhas mãos sentindo minha raiva aumentar cada vez mais.

Deixo o copo sobre a pia e ando rapidamente até as garrafas, pego uma e jogo com força contra a parede, o objeto se quebra em inúmeros pedaços, se espalhando pela cozinha.

Pego outra garrafa e repito, jogo a mesma na parede, e com a outra e depois a outra até só sobrar cacos de vidro pela cozinha.

Me sento no chão me apoiando no armário e deixo as lágrimas correrem livremente.

Eu estava indo tão bem, estava tudo tão bem.

Eu só queria ter um pouco de calmaria por mais de alguns meses.

Mas talvez isso não seja o meu destino. Talvez meu destino seja a solidão e o fundo do poço, sozinha já que não confio e só decepciono quem eu amo.

- Desculpa vô, eu tentei... - Sussurro deixando toda a mágoa se libertar, deixando lágrimas correrem livremente.

- Eu sou sua decepção... eu não queria, eu juro que não queria.

Encaro a pulseira que o mesmo me deu, que uso até hoje.

- Eu não sou forte vô, eu queria ser forte como você, mas eu não sou.

Seco minhas lágrimas, logo me levantando.

Desvio dos cacos de vidro, indo até o quarto, troco de roupa e pego meu celular.

Quando abro a porta o elevador se abre, revelando Jj. Ele parecia estar correndo pois está ofegante.

Desvio do mesmo, entrando no elevador.

- Onde você vai?

- Resolver uma questão...

Ele percebi meu estado pois devo estar com os olhos inchados.

- Kie eu... - As portas do elevador se fecham antes que ele possa dizer mais alguma coisa.

Enquanto observo os andares diminuirem passo e repasso meus pensamentos e minha decisão.

Quando estava lá sentada, em meio aos cacos de vidro, tive uma crise de ansiedade. Tive que ser forte e me controlar.

Já fiz isso antes, não é novidade pra mim. Consigo me virar sozinha com isso.

Assim que saio do elevador corro até a rua e chamo um taxi, dou o endereço e o carro começa a andar pelas ruas da cidade.

Assim que chego ao local qual vim por algum tempo, pago pela

corrida, saindo do carro. Meu tio estava saindo do mesmo quando nos esbarramos na entrada.

- Kie você está bem? O quê houve? - Meu tio tem um voz precupada.

- Eu não vou mais correr.

- O quê houve?

- Não é nada demais, eu só não vou mais correr. Só vim avisar você para que não me espere.

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora