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Kiara

Já era quase três da manhã quando o filme terminou, demorei para encontrar e quando encontrei era um filme de duas horas. Bocejo, deixando o controle ao lado do sofá e quando me mexo vejo que Jj está dormindo, apoiado no meu ombro.

Seus fios longos estão cobrindo a maior parte dos seus olhos e com a pouca iluminação só é perceptível que ele está dormindo pela sua respiração pesada.

Tento me mover lentamente para poder sair do sofá e deixar ele dormir aqui, já percebi que Jj quando dorme nesse estado, cansado, demora pra acordar.

Insinuo a me levantar mas me assusto quando ele envolve um braço seu em minha cintura, me impedindo de levantar. O mesmo se aproxima do meu corpo, de forma que se sinta acolhido e arruma a posição da sua cabeça no meu ombro.

Como eu vou ir pra cama com ele assim?

Por mais desconfortável que ele esteja, não vou acordá-lo. Pego uma das almofadas e tento colocar em baixo da sua cabeça para deixar menos desconfortável, com um pouco de trabalho consigo.

O que resta é dormir aqui, com ele.

Me movo para baixo, virando de costas para ele, inclinando o encosto do sofá, quando me arrumo sinto a ponta do seu nariz tocar minha cabeça e só agora me dou conta da posição em que estamos.

Resolvo deixar isso pra lá e fecho os olhos, tentando dormir e tentando não ficar com frio já que estou com um pijama curto, pois pretendia dormir na minha cama não no sofá, dessa forma.

Sinto seu polegar se mexer, em movimentos de vai-vem, como se acaricia-se o local onde está e me pergunto se está sonhando com alguém.

Afasto isso e em poucos minutos durmo.

[...]

Acordo após ouvir barulhos na cozinha e quando me dou conta estou deitada na horizontal, diferente de como dormi.

Procuro meu celular para ver que horas são, 9:00 da manhã, quem acorda nove da manhã hoje?

Me levanto e sigo até o banheiro vendo Jj preparar seu café da manhã. Quando volto vejo o mesmo preparar algo com ovos pois bate as claras e as gemas juntas em uma tigela.

Enquanto ele está no fogão pego uma maçã sobre a ilha, observando a cidade da parede de vidro com sacada, qual eu nunca fui desde que comecei a frequentar esse apartamento.

Sinto a sensação de ser observada e olho para Jj que desvia o olhar.

— O quê foi?

— Não vai trocar de roupa? — Questiona.

— Você não? Está com a mesma roupa de ontem. Meu pijama te incomoda?

— Só achei que estivesse com frio, hoje pela manhã está frio.

— Mas temos aquecedor na casa, pelo visto você mesmo ligou.

— Ah, desculpe, eu esqueci. — Diz ainda sem me olhar, mexendo os ovos na frigideira.

— Pode falar Maybank, você está estranho e parece aéreo as vezes. Quer se abrir?

— Quer dar uma de Psicóloga?

— Se a ocasião pedir... sim.

— Não é nada.

— Se não fosse nada, não estaria assim...

— Estou bem.

— Não ficou com dor de dormir daquela forma no sofá? — Questiono antes de dar outra mordida na minha maçã.

Stupid Love - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora