Chasing The Secret

"Eu tenho que matá-la"

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Léo respira fundo tentando se concentrar nas palavras que eu repito mentalmente, ele se segura em meus braços, descontando a força que faz para não se contrapor e surtar, abre os olhos devagar e encara Tauni, automaticamente sua respiração atropela-se e abre a boca afoito.

-Eu não consigo Daen, eu não quero machucá-la. -Ele se contorce em meu abraço e seus lumes mudam de cor, ficando novamente vermelhos como fogo.

-Pensa na gente como éramos, não como somos agora. -Ela pede angustiada, posso jurar que ela está prestes a chorar. O que mais esses dois tiveram?

-Eu tenho que matá-la. -A voz de Léo muda ficando irreconhecível.

Consumida pelo desespero Tauni se aproxima de nós e toca o rosto do meu amigo que arregala os olhos pelo contato, seus lumes oscilam entre verde e vermelho, sua boca se abre e fecha várias vezes enquanto ele solta meu braço e agarra repentinamente a barra da roupa dela, puxando-a com força, fazendo-a bater o corpo contra meu braço, puxo ele para o lado, na tentativa de fazer com que ele solte, mas sua força é descomunal, Tauni está muito próxima dele e pode ser perigoso, ele apenas a encara rangendo os dentes, é perceptível sua tentativa de manter o controle.

-Me escute Léo, sou eu amigo o Daen, eu preciso que você se mantenha aqui, você não quer machucá-la. -Repito mentalmente, estava sendo impossível mantê-lo são.

Em menos de segundos Léo crava seus dentes em meu antebraço, fazendo jorrar sangue e involuntariamente eu afrouxo o aperto, ele voa para cima de Tauni a jogando no chão e ficando por cima dela, eu não tenho tempo de assimilar, pois a dor me distrai, Tauni segura os ombros dele afastando-o, para que não consiga morde-la. Ela de certa forma é forte e ainda está ligada a maldição, então sei que esse não é seu fim, já que a raposa nunca é pega. Vejo ela erguer o joelho e desferir um chute forte no estômago de Léo que é jogado para o lado, dando brecha para que ela se fugisse e corresse até mim.

-Ele te mordeu, meu deus....-Ela olha para o sangue que mancha meu tapete novinho. -Eu vou curar você depois que paramos ele.

Eu ignoro a dor que sinto e me posiciono a frente de Tauni na tentativa de protegê-la de qualquer ataque vindo do meu amigo enlouquecido. Me concentro ao mesmo tempo para não deixar minha ira se fazer presente já que Elis não está perto para me controlar. Léo se levanta devagar e demonstra não ter sido tão afetado pelo golpe, levanta a cabeça e me encara neutro, ele parece devastado, a luta interna é ouvida por mim, sua mente se distorce entre atacar e se render, mas a maldição é mais forte. Ele tampa os ouvidos tentando calar as vozes e novamente começa a derramar grossas lágrimas, se afasta de nós se batendo nas paredes, em direção a porta, aparentemente pretende sair, o que me preocupa.

-Léo você não pode sair assim!!! -Dou alguns passos em sua direção mas ele grita em resposta.

-EU NÃO VOU MACHUCAR NINGUÉM, QUE NÃO SEJA ELA. -Sua voz soa alta e dolorida, ele abre a porta e sai correndo do quarto. O bom é que por ser tarde não tem muitos moradores perambulando por aí. Ele se foi..

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