⪤Naamah⪤

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-Eu só estava com saudade, e lembrei que passou o dia todo sem se alimentar. -Ela conclui calmamente.

-Não preciso beber sangue todos os dias, e Tauni me trouxe uma reserva caso aconteça da fome bater, então não se preocupe. -Digo fingindo ler a página.

-Hum, você está estranho. -Ela me encara detalhadamente. -Mas tudo bem. -Seu sorriso volta me causando incômodo. -O que está lendo?

-Um livro sobre magia negra, feitiço, invocação, informações sobre meu pai e seus servos. -Resumo rapidamente. -Quero coletar algo disso. -Balanço o objeto minimamente.

-Estou atrapalhando? -Ela pergunta meio receosa, a olho quieto e então novamente a porta de abre.

-Sim você está atrapalhando. -A voz ressoa alta como se milhares de mulheres estivessem falando a frase ao mesmo tempo, um zumbido forte chega aos meus ouvidos, o tampo com dor e olho para Camilla que faz o mesmo, seus olhos derramam lagrimas e seu grito é agoniante.

-Pare! -Ordeno em alto tom, o zumbido se dissipa e logo Camilla relaxa ao meu lado. -Você está bem? -Pergunto e ela maneja a cabeça em concordância.

-Quem é você? -Pergunto já irritado.

A mulher era aterrorizante, seu corpo era vermelho por completo, mas não vermelho normal, era sangue, parecia um cadáver que foi esfolado, ensanguentado, mas de alguma forma era bonita, emanava elegância, poder e uma energia destroçante, ruidosa, desumana e infernal. Eu já sabia quem era...

-Você acabou de ler sobre mim, e leu o verso da folha sem querer, não percebeu? -Ela me olha cínica, seduzente.

-Era uma invocação...-Olho para o livro. -Perdão, não foi minha intenção, Naamah. -Senti Camilla estremecer ao meu lado, logo depois de ouvir o nome, sua respiração descompassou e seus olhos se afiaram. Claro sinal de pavor.

-Eu acho melhor você ir embora. -Toco no ombro de Cami. Ela se levanta afoita e passa correndo pelo demônio, que mal pisca e muito menos olha para a híbrida.

-Peço perdão pela chegada barulhenta. -Sua voz soa calma e baixa. -Era a única forma de assustar a gatinha que saiu correndo. -Ela se aproxima e noto as duas luas brilhantes em sua cabeça, o clima tenso dissipa e a calma volta a reinar estranhamente.

-Tudo bem. -Não sei o que dizer.

-Daenmon, eu posso ser um demônio, mas não sou do mal, esse livro só retratou meu lado ruim. -Ela se senta na ponta da cama. -Poxa, eu sou tão boazinha as vezes.

-Entendo, perdão por interpretar errado. -Digo olhando seus cabelos cor de fogo espalharem-se pelo lençol.

-Você sabia que eu que guio algumas almas perdidas para seus lugares sugestivos? -Ela me encara. -E que soluciono problemas conturbados de humanos cansados, quando eles não sabem mais para onde ir e como resolver, eu os acalmo e mostro as diversas saídas. -Ela parece tentar me convencer de sua bondade. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora