"Quem de vocês é o meu pai?"

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...

-Todos sabem meu nome aqui. -Digo mais para mim mesmo.

-Mas é claro, como não saberíamos. -Ele diz firme.

-Vem cá, você pode me dizer onde fica a sala real? -Pergunto como quem não quer nada. Ele parece não saber do esconde-esconde do meu pai.

-Sabe o salão central? -Concordo. -A porta grande com detalhes vermelhos, é lá que todos ficam. -Ele explica.

-Muito obrigada. -Sorrio simpático, mas falso.

Eu percebi que estou consequentemente sendo levado aquele salão, tudo a minha volta me leva a ele, do calabouço para lá, de lá para o calabouço. No caminho me sinto ansioso, estou prestes a ficar cara a cara com superiores, e um deles é meu pai. Sinto meu corpo esquentar e esfriar várias vezes, minhas mãos suam e eu tento me acalmar.

Coloco a mão sobre na maçaneta, seguro com firmeza e mentalizo palavras de apoio. Daenmon está calado ultimamente. Abro a porta, entro de cabeça erguida. Todos os três presentes me olham assustados quando percebem quem sou. Asmodeus, Lúcifer e Samael, estão sentados sobre seus respectivos tronos. Os nomes esculpidos acima de suas cabeças me ajudam a identificá-los. Observo cada mínima expressão deles.

-O que faz aqui pirralho? -O tal Asmodeus, responsável pela luxúria, com suas três cabeças me pergunta ríspido, já se erguendo do trono, mas Samael o impede.

-Quem de vocês é o meu pai?. -Ignoro o "cabeça de nós todos", observando os dois ao seu lado.

Eu jurei que Samael e Lúcifer eram a mesma pessoa, mas vejo agora que estive errado em toda a minha infância. Samael é alto e forte, seus cabelos mesclados em loiro e preto, seus olhos vermelhos, as escamas parecidas com as minhas, suas runas gigantes e diversas juntas as suas gigantescas asas, quase consegue me amedrontar. Já Lúcifer tem uma expressão mais dura, seus longos cabelos pretos, olhos completamente negros, escamas ainda maiores que de Samael e suas asas negras, me provocam curiosidade e dúvida.

Samael é o mais parecido comigo. O encaro perdido em pensamentos, vejo-o engolir em seco.

-Não irá nem mesmo se curvar diante do seu superior? -Samael questiona incomodado.

-Não me curvo diante de ninguém. -Ouço Lúcifer rir, e então o olho.

Ele estala os dedos e em segundos estou de joelhos no chão. Meus olhos se arregalam, e eu perco o controle da respiração. A raiva me abraça de supetão.

-Não me deixo ser humilhado por ninguém. -Acordo Daenmon.

-Erga-se. -Sua voz grita em minha mente. Puxo o ar com força, e com toda a ira do mundo, forço meus braços no chão, cravando minhas unhas no mesmo.

-Eu disse que não me curvo diante de ninguém. -Minhas runas brilham tão fortemente que o local se clareia, minhas veias brilham em vermelho brilhantes assim como meus olhos, luto contra a força de Lúcifer para me deixar no chão.

Aos poucos ergo meu corpo com dificuldade, levanto minha cabeça os olhando possesso. Lúcifer e os outros me olham grande, surpresos pela força. Logo a força posta sobre meu corpo se dissipa, ele tira a magia.

-Você é forte, mas ainda sim é muito insolente. -Asmodeus diz de nariz em pé.

-Quem é de vocês? -Aponto para Samael e Lúcy. -Diga! Eu não vou fazer nada, eu só quero tirar essa porra de dúvida.

Samael troca olhares com Lúcifer, e ambos parecem ter uma conversa séria mentalmente. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora