"Sabor extraordinário"

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Devagar ela aproxima meu pulso de sua boca, vejo-a abrir os lábios e suas presas apontam para fora. Na realidade nunca imaginei ver Elis se alimentar. Seus olhos e postura mudam consideravelmente. Seus caninos afundam em meu braço, o que não dói me causa formigamento ou até mesmo cosquinha, sinto seus lábios fazerem pressão para sugar mais do sangue que sai devagar, Elis agarra meu pulso com a outra mão e parece se inebriar com o sabor, porque seus olhos se fecham em puro deleite, seu pomo sobe desce e a pressão aumenta, o que claramente me surpreende um pouco, acho que é hora de fazê-la parar, pois meu corpo esquenta e sinto-me zonzo.

-Elis, já pode parar, estou estranho. -Ela abre os olhos vermelhos intensos me olhando profundamente, afasta meu pulso dos lábios agora manchados do meu sangue e solta meu braço devagar.

-Desculpa, eu não consegui parar, você tem um sabor extraordinário. -Ela ainda me encara daquele jeito misterioso, eu estou tão estranho que não tento decifrá-la.

-Tudo bem, parece que não se alimentava faz um tempo, saciou? -Pergunto ao que me sento na cama, há algo estranho em meu corpo.

-Estava proibida de beber do sangue humano ou de seres mais fracos e sim, posso passar mais algumas semanas sem me alimentar agora. -Ela se afasta até estar na porta da cozinha. -Obrigada por isso, agora você sabe como fazer. -Diz e some cozinha adentro.

Isso foi estranho, mas pelo menos ela se alimentou e eu aprendi como fazer a primeira parte, talvez eu saia e experimente com alguém, por mais errado que isso possa soar. Não posso pedir para Elis deixar eu fazer o mesmo nela, seria vergonhoso e ela me deixa meio acuado às vezes.

-Elis vou dar uma saída. -Digo alto enquanto me levanto.

-Não deixe a Equidna ver você se alimentando!! -Ouço sua voz doce ecoar alto, e me sinto um idiota por deixar tão na cara que estou curioso para sentir o gosto. A expressão dela parecia tão satisfeita...

Saio do quarto um pouco afoito, sigo em caminho ao jardim, onde tem moradores em todos os horários mas nada muito populoso, sempre tem casais ou grupos pequenos de moradores perambulando ou se pegando por ali, e vai ser nessa que vou tentar me alimentar. Estou nervoso mas estranhamente empolgado, é como se surgisse fome dentro de mim.

Ando até as árvores mais afastadas onde no momento não tem ninguém, me encosto na árvore e passo a observar o ambiente e pessoas um pouco distantes. Vejo uma humana despreocupada andar devagar próximo de mim, e analiso seu porte, ela claramente não morreria se eu tomasse um pouco do sangue dela. Sua beleza é de chamar a atenção, seus cabelos são curtos e sua pele escura como a noite, os olhos negros também a deixa com uma expressão marcante o que claramente virou motivos para que eu desperte desejo.

-Eii!! -A chamo amigavelmente, ela olha para mim e força as vistas para me enxergar melhor diante da sombra da árvore. Achei que seria mais difícil fazê-la vir até mim, porém ela logo mudou a rota vindo ao meu encontro, abri um sorriso elegante e ela retribui. 

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Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora