Ψ Discussão Ψ

1 0 0
                                    

...

-Está com fome? -Ela pergunta parando entre dois arbustos.

-Na verdade tenho sede, mas já bebi água, acho que me acostumei rápido com o sangue. -Jogo meus cabelos para trás. Não vejo a hora de cortá-los.

-Você é um idiota isso sim! -Ela abre sua bolsa, tirando de lá uma pequena garrafa térmica, me estende e eu pego sem reclamar, o cheiro de sangue se intensificou no ambiente, fazendo eu salivar. -Beba pouco, está quentinho, não é de humano mas já ajuda, matei um coelho hoje a noite e guardei isso para você.

-Eu não sei o que seria de mim sem você. -Retiro a tampa inalando o aroma. -Oh céus...-Levo a garrafa até minha boca e beberico o primeiro gole, me transbordando em prazer.

-Tente controlar a vontade, se for necessário pode beber tudo, depois pego mais. -Ela diz, me olhando focada.

-Uhun. -Murmuro em deleite, me concentro para tentar parar, porque a vontade que tenho é de virar a garrafa inteira na minha garganta. Forço os olhos e afasto gradativamente a boca do recipiente de perto.

-Está indo bem. -Ela sorri sincera e eu lhe entrego a garrafa.

-Tire de perto de mim, não sei se aguento tanto. -Dou risada da minha nova fraqueza. -Vamos! Vamos! -Empurro os ombros dela, em direção ao caminho.

-Menino afobado. -Dá tapinhas nas minhas mãos, me afastando.

-O seu irmão é muito diferente de você. -Resolvo contar a verdade, que a espionei hoje de madrugada.

Elis me olha meio assustada, sua energia continua a mesma mas sua afeição muta para um negativa, algo como chateação e então percebo que ela deduz que fiquei ouvindo suas conversas, que talvez tenha invadido seu espaço pessoal.

-Você estava me espionando? -Seu tom de voz fica grave.

-Eii, eu fui te procurar e acabei escutando um pouco da conversa. -Me defendo. - Eu sei que errei, mas logo que tive certeza que ele não era ameaça fui embora.

-Isso não justifica, eu não quero você me procurando pelos cantos, é mais perigoso para você do que para mim. E outra, e se não fosse eu? E se fosse alguém que fosse te fazer mal? -Ela braveja pisando forte sem olhar para trás.

-Elis calma...- Ela esta realmente brava. -Para de pensar em "E se". 

-Calma Daen? Nem tudo você pode ver ou ouvir, se eu tivesse falado o nome do seu pai e você ouvisse, eu estaria morta... -Ela passa as mãos fortemente sobre os cabelos. -Não me procure caso eu suma em algum momento, eu sei me virar sozinha! -E ela encerra o assunto, sua velocidade aumenta e percebo que ela quer distância, apenas permaneço andando normalmente sem perdê-la de vista.

-Agora ela está chateada comigo...-Murmuro para mim mesmo. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora