◈Astaroth◈

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...

-Você não me conhece, mas eu te conheço. Venha você deve ter sede. -Ele me puxa até estarmos de frente para uma outra porta. 

-O senhor pode me explicar de onde me conhece? -Pergunto enquanto ele me senta em um banco alto.

Esse cômodo com certeza é a cozinha, alguns seres andam de um lado para o outro, cozinhando algo, lavando a louça e limpando o chão. Há um balcão em minha frente cumprido que divide a cozinha ao meio, o mármore é quente e aconchegante. O demônio me olha em silêncio e começa a preparar alguma bebida.

-Eu te vi crescer menino, você nunca me viu, mas eu sempre estive lá. -Ele diz nostálgico. -Seu pai me pediu para olhá-lo sempre. -Ele me olha rápido.

-Meu pai...-Me perco nas linhas dos desenhos do balcão. -Você trabalha para ele, então?

-Sim, a milênios. -Ele me entrega uma taça enfeitada por morangos, e cheia de sangue quente. -Beba, é humano.

Recuo um pouco, já que a tempos não bebo do sangue humano, tenho medo de perder o controle e querer sempre mais, porém me recordo de onde estou. Aqui não tem humanos. Seguro o taça sentindo o cheiro forte do sangue, beberico um pouco e em segundos engulo todo o líquido que desce ardente pela minha garganta, meu corpo parece flutuar pela sensação de energia. Era de uma mulher. Deduzo ao sentir pequenas sensações da dona do líquido.

-É legal né? -O senhor me olha. -Aqui você consegue sentir alguns sentimentos do doador, é uma forma de nos fazer sentir um pouco da emoção dos outros. -Ele pega a taça, pensativo. -E você vai ter que beber mais do que o costume, porque a carga energética daqui vai te deixar cansado e o sangue vai te aliviar.

-Entendo...Mas não pretendo ficar por muito tempo. -Coço a nuca.

-Sabe a quanto tempo você já está aqui? -Ele questiona brincalhão. Aceno em negativo.

-No mundo humano já deve ter passado uns 10 dias, e aqui já se passaram uns 30.

-Mas eu cheguei tem poucas horas! -Olho assustado para ele, que ri.

-É bem confuso, mas depois você se acostuma. -Ele se vira e conversa algo com um demônio parado ao lado da porta, que me olha sem expressão alguma e sai.

-Você mandou ele avisar meu pai que estou aqui? -Questiono quando ele se aproxima.

-Sim. -Ele parece incomodado. -Ele vai querer te evitar, até que vá embora, já avisando.

-Eu imaginei...-Suspiro. -Mas eu vim porque quero ajudar, minha mãe está causando isso tudo.

-Nem é tanta coisa, os infernais estão assim revoltados, porque tem medo da decisão suprema que Lúcifer pode tomar, e a energia dela deixa alguns loucos. Lucy já está controlando as coisas, então você não tem muito o que fazer. -Ele sorri carismático.

-Qual seu nome? -Mudo o assunto, mais tarde lido com essa informação.

-Astaroth. -Ele sorri mais, quando o olho grande.

-Já ouvi falar de você. -Lembro-me dos comentários maldosos sobre os atos desumanos dele. -O aproveitador de almas perdidas. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora