...
-Eu nao queria que as coisas fossem assim, mas foi preciso. Ele sabia que isso ia acontecer e mesmo assim se dispôs a me ajudar, e ceder do seu corpo para que eu ficasse mais forte e calmo. -Digo baixo. -Eu jamais quis que tudo estivesse como está, também saí machucado disso tudo, então não tente me atacar com suas palavras brutas.
-Acho melhor você ir respirar um pouco Dominus. -Elis praticamente ordena, olhando-o séria. -Adesso.
Ele se levanta normalmente e sem dizer nada ou olhar para trás adentra a floresta pisando silenciosamente. Olho para Elis que ainda encara o lugar onde ele vai, logo suspira e me encara. Sua expressão muta e ela sorri pequeno.
-Você expressa seus sentimentos de uma maneira tão madura. Dizer a ele que não o machuque com as palavras dele, com certeza vai mostrar que você sente muito, mas que não está vulnerável a comentários como aqueles. -Sua mão descansa em meus cabelos. -Não se sinta mal...
-Eu sou tomado pela culpa às vezes. -A encaro. -Acho que esse lado humano não vai embora. -Sorrio tristonho.
-Eu super compreendo isso, mas você tem que lembrar que agora é um meio demônio. Tem chifres, marcas, orelhas pontudas e fome de destruição, isso faz de você diferente agora, controle seus sentimentos humanoides. -Ela explica e eu balanço a cabeça concordando.
Passamos o resto do tempo em silêncio, pouco mais de uma hora depois Dominus volta com uma raposa morta em mãos, e antes de aparecer entre as árvores sinto minha boca salivar, meu olfato aguça e meus olhos brilham. Elis segura meu braço ao que ameaço levantar e então a silhueta bem desenhada do cachorro aparece. Ele se aproxima enquanto eu fecho os olhos me concentrando em não ceder.
-Trouxe isso como pedido de scuse. -(Desculpa) -Ele joga o animal sobre nossos pés.
Eu o encaro entendendo suas intenções, ele não é bom em se comunicar mas tem um bom gene. Elis se levanta pegando a raposa e logo sacando a adaga e a garrafa térmica. Eu mantenho meus olhos no moreno, é a unica forma de não agarrar o animal morto e tomar tudo que me for permitido. Ele acuado com meus olhos sobre ele, me encara feio como se pedisse para que eu parasse.
-Aqui, beba. -Elis chama minha atenção ao colocar a garrafa em frente a minha vista. -Pode beber tudo, ainda tem mais ali. -Agarro a garrafa e despejo o líquido em minha boca, de forma afoita, a sede era contida mas ao me deparar com o cheiro parece ter ficado mais forte. Minhas gravuras brilham e meus dentes incomodam na garrafa, o sangue desperta em mim todos os sentidos do demonio e isso é insaciável. Logo o recipiente estava vazio e eu suspiro satisfeito.
-Obrigado, obrigado de verdade. -Encosto minha cabeça no muro atrás de nós, fechando os olhos em deleite. -Eu me sinto revigorado.
-Você fica realmente bonito quando transforma. -Elis comenta passando os dedos finos por uma gravura em meu braço. -Essas gravuras são difíceis de achar mas eu já as vi nas paredes do submundo. -Seus olhos estão penetrados nos desenhos desconexos e sua fala é arrastada.
-Sente falta de lá? -Dominus pergunta de repente.
...
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Chasing The Secret
Mystery / ThrillerA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...