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-O que eu vim fazer aqui, de verdade? -Me pergunto. -O que ela está fazendo comigo? -Permaneço com muitas dúvidas, e todas elas me levam as duas mulheres presentes nesse lugar.
Me levanto rapidamente, ando em direção a saída do calabouço e procuro por algum ser que tenha boca, e pareça saber falar minha língua. Seguro uma espécie de cobra metade homem pelos ombros, o assustando.
-Não ouse atacar! -Ordeno assim que ele se vira em defensiva. -Sou Daenmon. -Ele abaixa as mãos afiadas.
-Sim. O que deseja vossa a-
-Não me chame assim, já lhe disse meu nome, me chame por ele! -Me frustro. -Me diga como tenho acesso ao portal do segundo setor.
-Não sei se posso te contar..-Ele olha para os cantos, acuado. -Não é permitido a entrada de qualquer um. -Ele diz suando.
-Eu sou qualquer um? -Seguro seu pescoço com força, cortando seu ar aos poucos. -Sou filho do Rei, então ordeno que me diga o caminho. -Ele sacode a cabeça em concordância e aponta para um dos milhares corredores afastados, esse em exceção tinha um formato diferente, me lembrava o castelo. Afrouxo o aperto.
-Você só pode acessar de dentro do castelo real, mas aquele corredor te levará para uma sala mais perto da porta de acesso, só não sei qual é. -Ele massageia o próprio pescoço.
-Muito obrigado. -Sorrio falsamente.
Corro até o corredor que está consideravelmente longe. Alguns seres me olham assustados, mas nenhum mexe comigo. Chego em frente ao local, entro em silêncio, algumas tochas iluminam o corredor, até que me deparo com uma porta mediana vermelha carmesim, a empurro entrando sem rodeios. A sala é comprida, e me pergunto qual é o tamanho desse castelo, e por que tantos cômodos? Analiso cada porta, todas diferentes umas das outras, pontuo que obviamente não seria a porta no final do corredor de frente para mim, seria muito óbvio, se é algo que eles não querem que achem. Ando calmamente no meio do corredor, observando as esculturas espalhadas pelo local, parecem vivas. Uma porta em questão me chama a atenção, ela não toca o chão, está levemente suspensa na parede, sua normalidade me desperta curiosidade, a placa sobre ela como todas as outras, tem palavras ou frases soltas. E nessa diz, "Quarto do grito", me aproximo tentando ouvir algo. Quarto do grito, sem gritos? A maçaneta queima rudemente, abro a limiar, já me deparando com altos e sôfregos pedidos de ajuda, é como se houvesse um outro mundo diante dos meus olhos, há um céu completamente vermelho, montanhas e mais montanhas de corpos, lama e osso. Um rio corre bem ao meio separando em dois o ecossistema morto e infernal, a energia ruim que invade meu corpo, descreve todos os pecados dos humanos, e seres que serpenteiam, gritam e correm de um lado para o outro, distintos de reconhecimentos, todos nus, como as obras de artes retratam o inferno. Piso sobre a borda da porta, e depois sobre um degrau avermelhado repleto de sangue e lama. Gritos e mais gritos de dor invadem meus ouvidos, olho em volta notando alguns demônios pulando, rindo, bebendo e fazendo atrocidades com os pecadores. Um deles me nota, e passa a gritar para os outros, apontando para mim. Eles olham e correm apressados para os lados. Ignoro essa cena estranha e passo a descer os diversos degraus até estar perto dos inúmeros corpos. O rio de sangue se divide ao meio no final da escadaria, me dando duas opções de pontes. Um lado leva para construções desgastadas com demônios similares a humanos só que com caldas, chifres e espetos nas mãos. E do outro lado leva á uma floresta pequena, com árvores secas sem vida, com um estreito caminho não tão lamacento quanto todo o resto.
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Chasing The Secret
Mystery / ThrillerA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...