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Quem diria que isso chegaria a esse ponto, Elis realmente se embraveceu e me sinto meio mal por ter causado isso, mesmo sabendo que não tenho culpa, eu só fiquei preocupado e fui atrás dela oque resultou em uma pequena brecha de conversa escutada por mim. Entendo sua preocupação em relação aos perigos que poderia correr em chegar tão perto de algo desconhecido, e sua irritação por ter tido a chance de eu ouvir algum assunto relacionado ao meu pai. Jamais imaginei que ela possa morrer se o nome dele for citado e eu estiver próximo. Tenho que dar um jeito de acalmá-la.
Mais a frente observo Elis ainda caminhar porém dessa vez mais calma, sua energia está equilibrada só não sei se vai continuar assim se eu puxar assunto. Aos poucos me aproximo mais, ficando ao seu lado, ela não me olha ou muito menos diz alguma coisa e eu respeito, não estou afim de irritar um demonio da patente dela.
Passados umas 2 horas, eu e ela ainda não trocamos nenhuma palavra, mas isso já estava me irritando, eu bufei a metade do caminho e era ignorado totalmente, até quando um macaquinho lazarento veio me irritar ela me ignorou, deixou que eu gritasse aos quatro cantos do mundo para aquele bicho sair de cima de mim. Agora ela decidiu parar para comer algo, vejo ela abrir a bolsa e tirar um pote azul, quando abre o recipiente vejo os diversos cookies de chocolate espalhados e finalmente a expressão dela muda, seu rosto se ilumina e um sorriso lindo aborda seus lábios me deixando satisfeito, a observo afastado.
-Você quer? -Ela me encara emburrando falsamente.
-Não, obrigada. -Lhe entrego um riso pequeno. -Só estou observando.
-Hum. -Ela volta a atenção para os doces.
-Como pode um demônio gostar tanto de doce? -Pergunto tentando quebrar o clima.
-Não que seja da sua conta, mas eu sou filha de fada e elas gostam de doce tanto quanto crianças. -Ela fecha o pote e guarda novamente na bolsa, pega a garrafa onde guardou o sangue e vira o resto do líquido goela a baixo. Eu observo absorto, o cheiro de sangue vem me deixando meio zonzo de vontade e estou tentando lutar contra isso, mas minha cara demonstra muito minha necessidade. Ela olha pra minha cara obviamente notando meu desconcerto diante do cheiro e fecha a garrafa guardando-a na bolsa.
-Você precisa aprender a controlar sua vontade, isso pode ser arriscado. -O demônio comenta já voltando a andar pela grama fértil.
-Eu sei, tenho medo de perder a cabeça e machucar alguém importante. -Digo cabisbaixo.
Ela não me responde oque gera certa irritabilidade espontânea, cerro meus dentes inconformado com a secura dela diante de mim.
-Qual é Elis, não me trata assim. Eu sei que errei e assumo isso mas por favor não fica desse jeito comigo. -Me aproximo tocando seu ombro e ela suspira.
-Você parece uma criança às vezes, insuportável, enxerido e chorão! -Ela se desvencilha do toque me olhando.
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Chasing The Secret
Mystery / ThrillerA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...