≬Rachadura≬

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-Eu vou tomar banho depois você vai, tem essa roupa para você usar, e quando tudo se resolver levo você nas lojas para comprar mais.

Sim MDW por mais bosta que seja é como uma mini cidade, na frente perto dos portões tem o vasto jardim, no centro os dormitórios e sala para os estudantes e no fundo desse meio de mundo, tem lojas, bares, cabelereiros, e hospitais. Equidna fazia de tudo para evitar que saíssemos dos muros, não que tenha algo maior lá fora, não! É só o mundo dos livres os que não se prendem a céu, meio ou inferno. Humanos e seres místicos que escolheram viver em paz e sem regras celestiais ou infernais. Nós de dentro podemos sair com a liberação de Elis, mas Equidna fez tanta questão de colocar tudo a nosso favor aqui dentro que quase ninguém vê a necessidade de sair. No fundo acho que ela acha que somos seus bichinhos de estimação e por isso ela nos quer presos.

-Ok. -Saio dos desvaneios quando Dominus responde.

Entro para o banheiro e tomo um banho demorado e excelente, pagando os dias que fiquei no meio da floresta sem direito a nem mesmo um desodorante. Como não notei meu cheiro antes? Será que Elis notou isso? Meu Zeus que vergonha. Tento não pensar mais nisso e esfrego meu corpo até sentir somente o cheiro forte de maracujá do shampoo. Após sair do chuveiro me troco no banheiro mesmo e saio do mesmo devagar, já que meu tamanho havia mudado as vezes eu esquecia e acabava por bater a cabeça na porta.

-Desculpa a demora, fiquei dias sem banho. -Digo para o moreno sentado na cama. -Pode ir, fique a vontade, tem coisas novas nas prateleiras. -Ele se levanta e entra no cômodo.

-Voltei. -A porta é aberta e Elis entra. Entro em alerta ficando de frente para ela, logo observando cada parte do seu corpo. -Não se preocupe, eu estou bem.

-Você tem certeza? -Seguro seus ombros. -Me mostre aonde ele te machucou!

-Ele só me disse coisas cruéis e algumas chicoteadas, nada que já não tenha se curado sozinho. -Seu sorriso era pequeno e cansado. Tive vontade de abraçá-la, a envolvi em um abraço delicado não sabia se de fato ela não sentia nada, então tento ser o mais sensivel possível.

-Ele usou algo a mais? -Pergunto com o queixo acima de sua cabeça. -Não minta para mim!

-Tirou um pouco de sangue com a adaga infernal, mas eu já não sinto tanta dor. -Ela disse depois de segundos em silêncio.

-Me mostre onde foi. -Peço soltando ela do abraço.

Elis recua um pouco e pensa, sua aura é cinza e eu realmente não sei distingui-la como algo bom ou ruim. Aos poucos ela parece ceder e então se vira de costa, segura a barra da blusa e a puxa para cima, deixando as costas amostra e junto com ela um grande corte que vai de seus ombros até o final da lombar, não sangra mas é notório que foi tão fundo que sua cicatrização natural não vai apagar todos os vestígios, a cicatriz ficará para sempre. Suspiro me sentindo mal, a pontada no coração me volta e me aproximo. Levo os dedos até a rachadura em seu corpo, tocando levemente. 

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Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora