🗡Adaga 🗡

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...

Eu me desespero ao ver que a velocidade dela está elevada, passo a correr em sua direção mas ela parece cada vez mais distante, e quando começo a chegar perto, choramingo ao ver ela evaporar diante dos meus olhos, o que significa que Elis quer brincar de esconde esconde.

-Elis, estou sozinho nesse lugar, não brinque agora, assuma sua postura de demônio bravo e apareça!! -Digo alto. -Não me faça gritar e chamar a atenção de outros seres.

Recebo o assobiar do vento entre as árvores em resposta e isso me frustra. Fecho os olhos e respiro fundo tentando sentir nem que seja um mínimo de energia demoníaca, mas a energia da floresta é abundantemente forte, oque me deixa confuso. No entanto algo me chama a atenção, um cheiro férreo e isso me faz recordar da adaga que Elis é apegada, ela não viria sem ela. Dou uma leve risada e aspiro novamente tentando saber de que direção vem o cheiro férreo, olho para minha esquerda e certeiro o aroma fica mais forte.

-Eu sinto o cheiro da adaga Elis, pode aparecer. -Ando em direção ao local. Uma árvore grande e grossa impede que o cheiro seja mais forte, o que indica que o demônio brincalhão está atrás dela.

Corro em um pique só até rodar a árvore no intuito de assustar Elis, mas me deparo com a adaga presa no casco da árvore e percebo ter caído na armadilha. Ao puxar a adaga do tronco um vento suave passa por mim, eu sigo o rumo dele com os lumes e avisto um servo parado a uns 5 metros de mim e quando olho novamente para frente Elis está perigosamente próxima de mim.

-Puta merda!! -Recuo um passo.

-Distraído facilmente. -Ela dá um peteleco em minha testa. -Foi esperto em sentir o cheiro, mas tolo por achar que eu estaria com algo que me entrega fácil, você não pode sentir meu cheiro a não ser que beba do meu sangue. -Outro peteleco.

-Para me dar peteleco, sua chata. -Massageio o local. -Eu já entendi que tenho que melhorar.

-Vou te ajudar ok, mais tarde. -Ela pega a adaga e a guarda na cintura. -Agora temos que ir. 

-Ok ok. -Tomamos o rumo novamente.

Permanecemos em silêncio o resto do caminho, só Elis que soltava risadinhas toda vez que eu tropeçava e caia por causa daquelas raízes grossas que tomavam o caminho inteiro. Fora isso não conversamos, não que isso tenha ficado desconfortável, muito pelo contrário é até aconchegante ouvir a respiração de ambos cansados, os pássaros e o vento soprando as folhas acima de nós, cria uma vibe bem conto de fadas. 

Já está anoitecendo quando exausto eu me jogo no chão, minhas pernas estão um caco e ainda me pergunto como ela parece firme. Elis se vira olhando para mim jogado no chão respirando ofegante, ri descaradamente e então se agacha próxima a mim. 

-Você está um caco. -Ela afasta um fio da frente do meu rosto.

-A gente não parou para descansar como você disse que faríamos. -Digo suspirando. -Andamos mais de 5 horas, você tem noção?

-Tenho noção sim, mas você tem que largar essa alma de humano e cair na real que um ser místico como você ou eu consegue andar mais que isso. -Ela deixa outro peteleco em minha testa.

-Entendi, mas precisa mesmo forçar a barra comigo assim? -Desvio o olhar para o céu já notando as pequenas estrelas. -Podemos dormir agora?

-É assim que se aprende Daen, na marra. -Ela se ergue me estendendo a mão. -Vamos andar mais um pouco e paramos para dormir, acordamos na madrugada para continuar a andar. -Seguro sua mão tomando impulso para levantar, sem contestar me calo e sigo ela pela mata.

-Não fique bravo comigo, ok? Você vai me agradecer depois. -Sua voz soa doce.

-Humm. -Murmuro.

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora