...
-A gente disse que ia dar um jeito...-Seus olhos vacilam. Ele sente algo. -E a gente deu um jeito de te salvar.
-A gente? Mas você estava sozinho no meio da sala, ajoelhado...-Meu sangue se agita. -Você não...?
-Sim, eu fiz isso por você...-Ele sorri fracamente. -Nós fizemos. -Ele segura minha mão com força. -Eu pedi para Deus misericórdia, por você. -Meu peito bate dolorido, com força total, parece ter acordado de repente. Sinto o calor bom.
-Meu Zeus, isso deve ter doido em você...-Sei que fere. -Obrigado pai. -Ele treme diante da última palavra.
-Eu faria de novo se fosse necessário, filho. -Ele diz firme, um pouco mais radiante. -Agora posso chamar os outros? -Aceno em concordância, ele sai pela porta levando consigo meu sentimento de medo.
-Meu Satan!! Você acordou. -Elis entra com tudo me assustando, logo suas mãos estão em meu rosto e sua boca na minha, me fazendo sentir o gosto doce da saudade. Arfo feliz, ela sorri junto a mim. -Meu amor...
-Eu amo você. -Digo simplesmente em meio a nossa intensa troca de olhares. Ela aquece. Seu sorriso é maior, acompanhado de olhos úmidos. Ela me beija em resposta.
-Deixe-me ver ele. -Samael puxa levemente o cabelo de Elis, que o xinga. Todos sorriem. Menos ele...
-Oi Samael. -Digo baixo, ele tira meu cabelo da testa, e sorri pequeno.
-Me deixou preocupado pirralho. -Ele finge irritação. -Não queria perder meu sobrinho tão cedo.
-Sinto muito. -Dou risada. -Eu estou vivo agora.
-Graças a De...Deixa quieto. -Ele gargalha atrapalhado. -Cansado? -Aceno que sim. -Imagino, vamos deixar você namorar mais um pouco, mas é para dormir. -Ele se levanta calmo, arruma meu cabelo mais um pouco e se afasta.
-Onde está Naamah, e minha mãe? -Pergunto sentindo falta delas. Me sinto tonto.
Silêncio.
-Naamah está resolvendo umas coisas no segundo setor. -Samael diz agora sério e rígido, assim como todos no quarto. Me mexo desconfortável.
-Ah sim. E Sofia? -Olho para Lúcifer, ele desvia os olhos para o chão. -Pai, o que aconteceu? -Me sento na cama ansioso.
-Não se mexa tanto Daenmon. -Elis toca meu ombro. -A ferida ainda está aberta. -Me aquieto.
-Eu vou resolver umas coisas, depois venho te ver Daenmon. -Meu pai diz ainda sem olhar nos meus olhos, logo se vira e desaparece no corredor pouco iluminado.
Busco os olhos dos dois presentes, e lá está a fumaça roxa que a tempos não via. Meu corpo aquece, minha respiração pesa. Eu estou com medo, de novo, Lúcifer não a levou dessa vez, a deixou aqui, aprisionada em mim novamente, corroendo meu peito. Que arde por causa da ferida quase curada.
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Chasing The Secret
Mystery / ThrillerA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...