...
-Desculpa, então...-Ele evita olhar para mim, e firma sua pose de durão.
-Tudo bem...
-Chegamos. -Ele para diante de uma porta bonita, antiga e bem cuidada. Ele abre a porta e entro sem rodeio, olho para ele e puxo a manga de seu manto. Ele parece surpreso.
-Entra também.
Fecho a porta e me viro, encontrando Sofia sentada em uma poltrona confortável, seu sorriso é grande, inesperadamente raro e verdadeiro. Fazia um tempo. Ela se levanta devagar e caminha até estar de frente para mim, seus olhos exploram meu corpo por inteiro, me sinto envergonhado. Sofia desvia os olhos claros sobre meus ombros, encara Lúcifer por alguns segundos.
-Que visita agradável. -Ela levanta as mãos para tocar em meus braços, mas recua. Ela lembra que pedi que não me tocasse. -Vamos, se acomodem.
-Eu acho melhor eu...-O Rei começa a dizer. O corto.
-Fica. -Olho para ele em uma suplica. -Eu não quero que vá. -Ele me olha desmanchando a carranca de durão, parece comovido de certa forma.
-Ta. -Ele se afasta, indo vasculhar a estante gigante de livros. Me deixando a sós com Sofia.
-Então o que te trás aqui? -Ela pergunta quando a acompanho até a poltrona de antes.
-Eu só estive de passagem, aí ele pediu para te ver. -Minto, apontando para Lúcifer, que escuta e ri.
-Pirralho. -Ele diz sem olhar para nós.
-Ah sim. -Ela me olha duvidosa. -Eu estou bem Daenmon. -Seu sorriso transparece orgulho. -Não precisava se preocupar, esse lugar não é para você. -Se refere ao submundo.
-A partir do momento que sou parte dele, sim. -Respondo. -Eu me sinto em casa.
Não quero pedir perdão pelo que sou ou pelo que carrego...
-Ok...-O assunto some de repente. Eu não pensei no que falaria para ela, depois que a visse.
NRD. Lúcifer.
Eu escuto a conversa dos dois de longe, mas não é preciso olhar para eles para saber que o clima está estranho. É um pouco triste ver um filho e mãe não sabendo conversar entre si. O pirralho foi privado de tanta coisa por causa desse amor louco em que sua mãe e eu nos metemos, e me sinto mal desde que ele desceu até aqui e mostrou sua vulnerabilidade. Eu sou um péssimo pai, Rei, amor e irmão.
-Eu estava ouvindo naquele dia. -Ouço a voz de Sofia sair tímida. Do que ela está falando?
-Ouviu...tudo? -Daenmon parece nervoso de repente. -Eu estava sensível, apenas.
-Daenmon meu filho, está tudo bem dizer aquilo, eu sou sua mãe, você é meio anjo é normal que sinta tudo isso. -Ela diz calma, maternal. Sinto meu peito bater forte.
-Você se lembra de tudo? -Ele pergunta, e olho para eles próximos. Daenmon está de cabeça baixa. Vulnerável, manso, totalmente diferente do que me enfrentou na sala real.
...
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Chasing The Secret
Mystery / ThrillerA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...