⨁Sala de tortura⨁

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...

-Essa merda de gás! - Chuto o botijão de gás que amassa fazendo um barulho alto pelo contato com a parede.

Com toda a minha luta, saio do quarto disposto a não quebrar mais nada,  para ir na vendinha comprar algo. No caminho encontro alguns alunos novos, e até mesmo Lana que sequer me olha. Agradeço imensamente por ter surtado aquele dia, porque desde então nenhum outro ser veio me testar a paciência.

-Boa noite, vou querer esse salgado aqui, por favor. -Digo a mulher baixinha do outro lado do balcão.

-Só isso meu jovem?-Ela me estende o pacotinho.

-Você não vende sangue, vende? -Pergunto um pouco nervoso.

-Aqui é uma venda só para humanos, se quiser esse tipo de coisa vá para o outro lado da instituição. -Ela parece irritada pela pergunta. Sua pele enrugada se espremeu, e sua expressão de desgosto me faz querer rir.

-Ok, desculpe por isso. -Digo gentilmente.

-Ele está te importunando Sissy? -Ouço a voz de Equidna ecoar e tilintar na minha cabeça, a repulsa é imediata.

-Não estou fazendo nada de ruim a ninguém. Não enche!! -Digo encarando ela.

-Realmente ele não faz nada, senhora. -A tal de Sissy fala em minha defesa. -Apenas quis saber se vendo sangue.

Me arrependo profundamente de ter saído do quarto no momento seguinte que escuto a frase da velha. Olho para ela espantado, ela parece não entender de imediato, e então devagar arregala os olhos. Fecho meus lumes com força esperando a bronca da mulher ao meu lado.

-Sangue, Daen? -Ela diz sínica. Seu sorriso de quem amou saber que vou levar alguma advertência é contagiante, e assustador para quem tem medo.

-Sim. -Respiro fundo encarando-a. -Estou com fome e achei que a Sissy. -Olho para ela bravo. -Vende-se.

-Você sabe muito bem que é proibido beber sangue ou vender dentro desta propriedade. -Ela me aponta o dedo. Chamando atenção de outros seres em nossa volta. -Se quiser beber disso ou se alimentar seja de qual forma, vá para o buraco do qual você pertence.

-Você está bem perto dele, Equidna. Você não é um ser da terra muito menos no céu. -Respondo afiado, minha paciência anda escassa.

-Me acompanhe até a sala. -Ela bufa, seus olhos ardem em mim de puro ódio. -Você sofrerá as consequências por querer sangue e por me insultar dessa forma. -Equidna sai pisando fundo, em direção a sala onde pune quem descumpre suas regras, essas que só valiam para seres místicos.

Por que ela foge tanto da própria raça? 

A sigo sem reclamar, sei que o que acontece nessa sala pode ser cruel mas agora diferente do drama que fazia no passado, não tenho medo, eu mudei, cresci e agora estou forte o suficiente para aguentar a tortura que Equidna acha ser certo. A realidade é que a vigilância nunca soube dessa sala, essa megera sempre conseguiu esconder tudo muito bem, e ameaça os seres para que eles não contem sobre as torturas. Ela seria obviamente expulsa por tais atos, e não sei se isso seria bom, de certa forma poderia entrar alguém pior que ela. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora