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-Eu acho que vou precisar voltar lá. -Digo cortando o silêncio na mesa redonda do refeitório, onde estão Dominus, Cami, Léo e Tauni. Eles me olham assustados e então suspiros são ouvidos.

-A gente já previa isso. -Tauni diz baixo. -Percebemos sua diferença quando voltou.

-Eu não vou ir para sempre. -Digo desconfortável. -Não é uma morte ou algo do tipo! -Seguro a mão de Léo sobre a mesa. -Eu sempre volto para vocês. -Olho para todos.

-Nós sabemos, Daen. -Dominus se pronuncia. -Mas é um lugar perigoso, não sabemos se realmente vai voltar, você é sempre essa incógnita. Não é certeza se você não vai decidir ficar. -Fico indignado.

-Gente! -Me frustro. -Vocês são minha família. Não vai acontecer, mas se ocorrer eu não vou sumir sem avisar. -Coço a cabeça incomodado com o clima.

-Essa história é sempre indefinida, não podemos contar com nada, então não prometa nada. -Tauni diz ainda baixo. Logo ela que sempre sabe de tudo.

-Eu queria o apoio de vocês. -Digo me levantando. -Mas vocês não confiam na minha palavra. -Estremeço de ansiedade. -Eu disse que amo vocês, não sou capaz de deixá-los na mão.

-Daen...-Cami me toca gentilmente.

-É Daenmon. - Afasto o toque. -Quer saber? Fiquem com as suposições de vocês, eu vou dar uma volta.

Saio do recinto apressadamente, meu corpo doia internamente, me sentia dramaticamente traído, sozinho. Cadê a merda da neutralidade do demônio. Por que estou tão sentimental? Piso forte pelos corredores, em direção ao Boxing. Encontro Bill parado atrás do balcão preenchendo alguns papéis. Ele nota minha presença e logo sorri largo, mas sua face muda ao notar minha expressão nada boa.

-O que aconteceu? -Ele pergunta me acompanhando até o vestiário. Minha cabeça lateja. Daenmon se remexe. -Por que você está com essa cara de raiva? -Ele dispara, me irritando. -Alguém te fez algo? Me conta, Daen!

-Cala a boca! -Prenso seu corpo contra a parede. Descontrolado. -Meu Zeus. -Me afasto rapidamente quando dou conta dos meus atos. Bill me olha assustado, permanece parado contra a parede e sua respiração está rápida. -Desculpa Bill. -Quase imploro. -Eu não estou bem, preciso esfriar a cabeça, você fez muitas perguntas e fiquei nervoso...

-Eii, tá tudo bem. -Ele parece se acalmar e tentar fazer o mesmo comigo. -Você é um demônio, é normal sair do controle às vezes, eu provoquei mesmo que sem querer. -Ele sorri ainda meio receoso. -Seu temperamento é sensivel.

-Me perdoa de verdade. -Cubro o rosto frustrado. -Eu acho melhor você sair. -Ele não rebate, apenas murmura, e sai silencioso. Me sento no banco de aço e encosto a cabeça na parede. Minha mente está confusa, nervosa e pilhada. Preciso relaxar.

Me arrumo lentamente, desprovido de muita roupa, coloco apenas uma bermuda confortável e fico desnudo da cintura para cima. Caminho para as salas de luta, entrando no ringue e propositalmente esbarro feio em um demônio grande, que está próximo ao tatame. Ele se vira raivoso preste a me xingar, mas para no mesmo momento que me reconhece.

-Vai dizer que não vai mas me xingar só por saber quem eu sou? -Digo ríspido, nervoso.

-Não sabia que era você, não 'tô afim de briga. -Ele fala manso. Todos sabem que sou filho direto de Lúcifer, e isso não está ajudando. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora