"Deplorável"

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...

Será que a rebelião acabou?

Será que Elis está perto de voltar?

Ou ela não vai voltar?

-Elis...-Sussurro antes de adormecer profundamente.

...

Acordo descansado. O relógio marca 12:24, me levanto e começo a fazer meu hábitos matinais, decido que diferente dos outros dias, farei um café da manhã digno da fome humana. Como devagar degustando o alimento, enquanto escrevo uma coisa importante. Me arrumo confortavelmente e saio do dormitório. Logo na saída do corredor encontro Tauni junto de outra raposa macho, aparentemente amigável. Me aproximo em silêncio, já que é o caminho para onde desejo ir.

-Bom dia, Tauni. -Paro diante dela.

-Bom dia Daenmon. -Ela me olha calma e sorri. -Dormiu bastante, né? está com cara de quem acordou agora. -Concordo em silêncio.

-Eu quero que avise aos outros que estou de partida. -Digo lentamente. Não me importo mais com o que eles acham sobre o assunto. Meu lado demoníaco parece ter acordado comigo hoje. Sem emoções. Sem remorso. Sem preocupações.

-Você já vai? -Ela parece agitada. O cara ao seu lado se afasta devagar até sumir nos corredores. -Está muito cedo. -Ela se aproxima. -Você não iria avisar ninguém se não me encontrasse aqui? -Ela parece brava.

-Eu não queria preocupar ou ficar me justificando. Então sim talvez eu iria sem avisar. -Minto, eu obviamente escrevi uma carta para eles, e deixaria embaixo da porta do Léo, mas ela não precisa saber disso. -Pode por favor avisar os outros?

-Você é um idiota! -Ela desfere um soco em meu braço. -Eu aviso, claro que aviso, porque nós sabemos que se eu não avisasse os outros e principalmente o Leo, surtariam, e não iriam mais confiar em você, porque você disse que jamais fugiria sem avisar. -Ela me dá outro soco, pego seu pulso parando seu próximo gesto.

-Chega, Tauni. Eu não quero discutir com você e tenho que ir embora, eles não vão morrer e nem eu. -Solto seu pulso devagar me afastando. -Se cuide. -Saio em direção ao corredor da saída.

-IDIOTA!! -Ela grita.

Largo a carta no lixo mais próximo e aperto o passo para o jardim. Eu quero curtir a vista mais um pouco antes de não ver mais o céu azul, lá embaixo. Paro diante das árvores próximo a pequena floresta que a instituição nos proporciona, somente com a intenção de não nos deixar com a sensação de aprisionamento. Sufocante. As pessoas fingem que estão bem aqui dentro, fingem não se importar com o futuro medíocre que vão ter, tampam os olhos para as maldades que acontecem aqui, porque não se acham capazes de enfrentar aqueles idiotas que se acham. É deplorável...

-Eii. -Ouço a voz fina e olho para meu lado, notando a presença de uma menina. -Você é o Daen, né?

-Daenmon. -A humana se aproxima contida. -Quem é você? -Analiso seu rosto.

-Não lembra de mim, a fome era tanta naquele dia? -Ela ri baixo, porém não aparece muito feliz. -Sou a humana que você quase matou. -Seu sorriso diminui. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora