⪆As ordens de Elis⪆

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-Irei te deixar lá. -Digo me aproximando.

-Por quê? -Ela me olha curiosa.

-Eu gostei da energia, e do calor de lá. -Digo sem rodeios.

-Não acho que fará mal, então vamos. -Ela olha para Dominus que nega freneticamente, logo se despede e anda em direção a MDW.

-O que sente quando está perto da "porta"? -Ela pergunta enquanto andamos até o local.

-Familiaridade, calor e uma sensação de pertencer. -Digo coçando a nuca.

-Todo demônio sente isso. -Ela sorri. -É porque não importa o quanto odiamos ser quem somos, esse lugar sempre vai nos deixar aconchegados e familiarizados. -Ela olha para o céu. -Eu já quis ser um anjo, sabia? -Me olha de relance.

-Se encaixaria bem no papel. -Digo com certeza. -Já se parece com uma às vezes.

-Mas me aceitei depois de um tempo, eu gostei do que me tornei depois de muitas guerras internas, ser um demônio não me impede de ser gentil ou de amar, entende? -Concordo com a cabeça. -Quero dizer que não é uma característica mística que define meu comportamento. Posso literalmente ser um anjo, mesmo tendo chifres e fogo nas veias.

-Entendo o que quer passar para mim. -Sorrio para ela. -Eu estou bem melhor nesse sentido de me aceitar.

-Que bom, não negue suas origens. -Ela conclui ao chegarmos no portão. Alguns seres demoníacos nos olham de cabo a rabo, estranhando minha presença, posso ouvir os murmurinhos se intensificarem, mas a única coisa que me prende é o calor do ambiente e o cheiro estonteante da Elis. Olho para ela que me encara sem expressão, mas seus olhos parecem um rio repleto de palavras soltas, palavras com grandes significados.

-Vai entrar? -Ela pergunta e eu aceno dando um passo adiante.

-O que faz com ele Elis? -Um demônio alto pergunta me encarando de forma brava, permaneço impassível.

-Ele decidiu me acompanhar até a porta. -Ela se afasta do toque do outro. -Não o olhe assim Gui, você não vai conseguir intimidá-lo.

-Não estou tentando isso, mas não quero você andando com a causa dos seus ferimentos. -Ele fala mais baixo. E isso me toca, me fura o peito, lembrar que eu sou a causa de toda a dor dela, me corta a alma. Desvio minha visão para os seres em nossa volta, tentando não transparecer minha culpa.

-Eu já disse para não se meter nisso. -Ela aponta o dedo na cara dele. -Eu tenho total consciência dos meus atos e eu escolhi sofrer por ele, então Exite (Saia). -E mais uma vez nesse dia vejo Elis ordenar um demônio. Ele não diz mais nada apenas se vira e sai em direção a qualquer lugar que não seja ali.

-Vamos, tenho compromisso. -Ela me olha totalmente diferente chegando a ser fofa.

-Ok. -Digo rindo baixo. 

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora