"Foram vocês"

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...

-Eu não posso ficar aqui. -Digo me curvando para encostar minha testa na sua. -Eu preciso matá-lo logo, me ver livre dessa dúvida sobre meu pai e de você. -Fecho os olhos, sentindo os dela queimarem minha pele.

-Eu...-Ela tenta dizer.

-Não diga nada, até mesmo sua voz me machuca agora. -Acaricio sua pele. -Então destranca a porta e me deixa sair, por favor Elis. -Me afasto.

Ela me olha triste, suas sobrancelhas espremidas, mas me obedece e não diz uma única palavra sequer, passa ao meu lado e destranca a porta me dando liberdade, passo pela limiar e olho para ela, que ainda está dentro do cômodo.

-Um dia quero saber o porque fugiu. -Ela me encara perdida. -Quero que saiba que eu não me arrependo de um segundo sequer daquela noite. -Vejo seus olhos lacrimejarem, suas mãos se fecham em punhos, e sua áurea transparece surpresa. Elis fecha a porta em minha cara, trancando-se no quarto. Nunca a ouvi agressiva dessa forma, do lado de fora posso ouvir ela descontar toda a sua raiva no quarto, estremecendo o cômodo com somente um grito.

Ela está se ferindo assim como me feriu.

Saio do corredor abrindo a primeira porta que me aparece em vista, acabo por sair em uma sala repleta de livros, e mais estátuas. Observo tudo sem muita importância. Eu só quero sair...Dou mais passos abrindo outra porta e dessa vez saio no salão inicial que já estive antes, ando até a saída do túnel apressado, esbarrando em alguns seres infernais que passam por mim. Eles não me enfrentam ou sequer me xingam. Meus passos cessam quando chego em frente a cela de minha mãe.

-Eu vou matá-lo e depois vou procurar pelo meu pai. -Digo sem arrodeios, tomando sua atenção.

-Daen você está bem, filho. -Ela se ergue vindo em minha direção, mas me afasto.

-Não me toque. -Fecho os olhos por alguns segundos a mais. -Ele esteve aqui. Eu quase o vi Sofia. -Digo ríspido.

-Eu...-Ela não sabe o que dizer.

-Ele não vai fugir de mim para sempre. -Abro a cela onde o corpo do humano está ainda jogado da mesma forma que deixei. -Você já parece totalmente morto. -O coloco nos braços, e saio do calabouço.

-M-me perdoe...-Ele diz fraco, sem vida.

-Nathaniel, por que fez isso? -Pergunto realmente cansado. -Por que tirou a vida dela e ia tentar contra a minha?

-E-eu odeio os místico-os. -Ele suspira. -Eu os odeio, porque vocês tiraram...a v-vida da...-Ele não consegue falar.

-Diga de quem? -O seguro em pé.

-D-da minha familia. -E incrivelmente, mesmo sem alma, Nathaniel derrama uma única lágrimas sofrida.

-Akemi nunca mataria, muito menos eu. -Digo firme. -Você não tinha o direito.

-Os infernai-is. Foram vocês. Ent-tão eu quis matar os f-filhos dos mais poderosos. -Ele tosse ainda mais fraco. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora