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Deixo a bandeja sobre a cômoda, e me aproximo de Elis, despejando um pouco do meu peso sobre seu corpo. Ela dorme serena, seu rosto parece calmo e seu cheiro de rosas é forte e inebriante.
-Elis. -Beijo seu cabelo. -Trouxeram comida humana para nós. -Ela resmunga. -E tem doces. -Ela abre os olhos na mesma hora. Dou risada.
-O que tem de doce? -Ela diz e afasta meu corpo.
-Gulosa. -Levo a bandeja até a cama, ela rapidamente pega o pote com rosquinhas de morango e chocolate. -Come tudo, porque estou sem fome, comi a noite toda. -Digo como se fosse algo natural, ela se engasga com o doce e bate em minha perna.
-Idiota, eu estou comendo, não diga essas coisas. -Ela volta a mastigar mais devagar.
-Eu tenho que ir até o castelo do meu pai, você vem junto ou prefere ficar e descansar mais? -Tiro a mecha de cabelo do seu rosto. Ela me olha neutra.
-Não sei, acho que posso ir junto. -Elis devora a terceira rosquinha. -Não quero perder mais tempo longe de você.
-Ok. -Beijo sua bochecha e vou ao banheiro tomar um banho.
Depois que Elis se arrumou e arrumamos o quarto, descemos as escadas no intuito de nos despedirmos de Naamah, encontramos ela na bancada da cozinha, conversando com um de seus servos.
-Olá. -Digo quando ela nota nossa presença.
-Como estão, pombinhos? -Ela diz rindo travessa. -Cansados?
-Estamos bem. -Elis responde rindo. -Não precisa mandar arrumar o quarto, nós já fizemos tudo por lá.
-Não deixando rastros, certíssimos. -Sua risada ecoa alta pela cozinha. -Estou batendo um papo com Frederick, precisam de algo? -Ela diz e bebe do líquido vermelho na taça.
-Na verdade eu já vou embora, preciso resolver umas coisas no primeiro setor. -Coço a nuca.
-Resolver coisas uma ova menino! -Ela diz expressiva, balançando a taça quase derramando a bebida. -Diga logo que vai ver sua mãezinha. -Ela me olha semicerrada.
-Ok, eu preciso ir ver minha mãe. -Digo olhando para o piso brilhante.
-Você vai junto Elissa? -Ela questiona.
-Sim. -Elis responde, sua voz é calma e familiar.
...
No caminho estreito da floresta, Elis não diz nada e chega a me preocupar. Essa cabecinha funciona a mil por hora, o que ela pensa pode me afetar diretamente. Mas sigo quieto até estarmos na escadaria.
-Você está bem? -Pergunto antes de abrir a porta. -Está quieta.
-Eu estou bem, só pensando. -Ela sorri pequeno. -Vamos abra logo, os capetinhas já estão querendo se aproximar, não suporto eles.
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Chasing The Secret
Mistério / SuspenseA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...