...
-Eu não quero que as coisas sejam assim. -Ela se senta na poltrona. Parece gostar dela.
-É claro, você é um anjo, rejeita ocasiões de conflito. -Explico o óbvio. -Vamos, temos que sair e encontrar com Naamah.
-Não gosto dela. -O bico se forma na face de Sofia. Dou risada. -Ela fica o tempo todo se insinuando.
-Ela é um demônio, é natural isso. -Puxo seu braço, saindo do quarto. Olho para todos os lados até estarmos no corredor das portas. Elis disse para mim esperar no corredor que Naamah logo aparecia. Dito e feito minutos depois a porta flutuante se abre, e a deusa sai majestosamente, contrário a sua face que tem ódio transbordante.
-Oi, meu querido. -Ela acaricia meu rosto. -Oi anjinho caído. -Sorri para minha mãe, que vira o rosto se negando a responder. -Vamos acabar com a raça daquele arromba-
-Não termine a frase. -Interrompo. -Fere a alma do anjo, tais palavras.
-O que eu mais escuto desde que cheguei são palavrões, Daenmon, então não se preocupe.
-O que fazem aqui? -Um ogro pergunta duvidoso, no fim do corredor. Olhamos para ele ao mesmo tempo.
-E quem te deu o direito de falar conosco? -Naamah pergunta autoritária. -Se curve, seu merda! -Sua voz ressoa alto.
-Perdão. -Ele se ajoelha no chão e curva as costas. Ela sorri sádica.
-Isso mesmo! Agora saia e não volte. -Ela ordena, o ogro se levanta rapidamente e entra novamente na porta de onde saiu. -Esses nojentos...
-Então, vamos? -Pergunto, notando que ainda seguro o pulso de Sofia. Solto devagar. Viro em direção a porta que nos levaria até o corredor lateral da sala real, onde Asmodeus estava. Elis não está lá como o combinado e meu sangue ferve em antecipação.
-Cadê ela? -Olho para o corredor vazio e parcialmente escuro.
-Calma, ela deve estar vindo. -Sofia diz baixo. -O clima está pesado. -Sei que ela sente fraqueza. Olho para seu rosto pálido, preocupado. Agora eu posso demonstrar.
-Você está se sentindo bem? -A vejo recuar em surpresa.
-Fraca, minha energia está esvaindo de novo. -Ela diz olhando para as próprias mãos. É possível ver sua energia sair esfumaçada clara de sua palma.
-O que faz reverter? -Me agito.
-Coisas celestiais, paz ou qualquer coisa remetente ao céu. -Ela pensa pontuando.
Olho para Naamah que me olha sem saber o que fazer. Não podia deixar que Sofia desmaiasse, seria trabalhoso carregá-la por aí desacordada. Tenho que fazer alguma coisa, mas o que nesse mundo teria algo celestial? Batuco o pé ansioso, pensativo. Minha energia.
-Eu sou celestial. -Penso alto, ela me olha grande. -Eu posso ajudar. -Ergo o moletom surrado, ficando com o tronco nu.
-Daenmon não! -Ela se agita. -Você pode ficar fraco, e mais demoníaco se ceder um pouco a mim.
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Chasing The Secret
Mystery / ThrillerA diversidade de motivos que eu tenho para odiar estar onde estou é grotesca, a começar pelo fato de um ser miserável como eu, estar aprisionado por Equidna e sendo acusado de algo que não sou. Como podem me acusar só por ser filho de algo divino e...