₰Paternidade₰

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-Lúcifer na mídia- ou algo parecido.

...

-Diga peste. -Massageio as têmporas.

-Faça o que ele pediu. Acabe logo com isso, comande seus súditos e cuide de Sofia. -Elis parece séria de repente. -Você não sabe como é raro vê-lo emotivo sobre a mãe, ele se fechou por muitos anos e agora pôde se sentir filho dela, ele depositou toda a sua confiança, e resquício de amor em você para cuidar dela.

-Ela me disse que ele sempre a rejeitou. -Lembro-me.

-Sim, ele foi traído por vocês, mas mesmo assim sentiu pena da mãe, cuidou dela nos dias em que esteve aqui, e até mesmo se mostrou vulnerável diante de você para que cuide dela. E ele não costuma ser vulnerável.

-Eu acho certo você ceder ao pedido de seu filho, Lucy. -Samael comenta escorado na parede. -A gente não sabe como você se sente agora que conversou com ele, mas deve pelo menos cuidar daquela que ele mostra um pouco de afeto.

-Eu sou Rei, não cuidador, papai do céu ou algo do tipo para cuidar dela. -Digo ríspido. Pura fachada.

-Eu sei o que tem feito desde que ela chegou. -Elis revela me surpreendendo. -Você diz não querer cuidar de Sofia, mas todos os dias em que não está ocupado, esteve lá junto dela, a observando, e perguntando para os guardiões se ela pediu algo, por mais que o lugar seja desconfortável para ela, você cedeu todas as suas horas para apenas fazer companhia. -Me afasto desconcertado. -Eu via tudo, não cheguei a escutar as conversas, mas assim como você, eu também me importo com Sofia, porque sei que Daen mesmo sem saber, a ama.

-Foi pego no pulo irmão. -Samael ri. -Não tem como negar, apenas prometa que vai fazer o que eles querem.

-Você é imprudente, chata e mandona Elis! -Digo abrindo a porta. -E eu prometo que irei tirá-la de lá, e acabar com essa bagunça lá fora.

-Puxei a você. -Ela sorri graciosamente. -E muito obrigada, vou ficar de olho para ver se você cumpriu mesmo.

-Eu não quebro minha palavra pirralha, agora vaza e você também. -Aponto para meu irmão que me olha com um falso desdém.

-Bom sono, meu Rei. -Elis e ele se despedem tirando uma com a minha cara. Apenas fecho a porta, estou disposto a dormir ou passar o tempo em claro pensando sobre tudo.

Como me sinto em relação a Daen? Ele é meu filho, e eu deveria ceder a sentimentos humanos ao vê-lo? Mas não foi isso que fiz, eu não transmiti isso, porque não posso ceder desse jeito. Porém eu confesso que me senti mexido ao ver toda aquela marra, bravura e raiva nele, ele se parece comigo falando de personalidade. Eu quis sorrir ao vê-lo defender Elis, eu achei tão afrontoso ele aumentar o tom de voz para seu rei, e seu pai. Em alguns momentos eu notei o peso que aquela criança carrega, me sinto culpado, sinto cansado por ele, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser manter minha pose de Rei. Mas quase não contive a vontade de abraçá-lo. Engraçado não? O Rei do submundo, estar tão comovido com um filho. Entretanto, a aparição dele me deixou mais mexido ainda pela lembrança de sua irmã e mãe. Eu confesso que quando soube da morte de Akemi matei muitos por ódio, surtei, e planejei sair para matar o culpado, mas me contive, até porque eu recebi uma carta dela tempos depois, explicando toda a situação, virou tudo uma bagunça, eu fui contra sua ideia, mas ela me pediu em súplica que eu não me metesse nisso, e no final eu sou um pouco pau mandado de meus filhos. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora