Chasing The Secret

⨻Quebra de segurança⨻

...

-Daen? O que foi? -Ela se senta rapidamente.

-Eu tive um sonho estranho, ele me causou sede, uma sede muito grande, não tem ninguém lá fora a essa hora para me aliviar, e nem nas garrafas. -Meu corpo esquenta como brasa em poucos segundos, e meus olhos brilham no escuro do quarto. Elis parece pensar em alguma solução, e logo se levanta.

-Eu acho que tem na minha bolsa. -Ela corre até o objeto, abrindo o zíper tirando de lá sua garrafa térmica. -Toma tem um pouco, vê se alivia até que todos comecem a sair dos quartos. -Ela me entrega o recipiente e eu arranco a tampa bebendo afoitamente todo o líquido grosso que logo acaba. Me chateando, estressando.

-Merda! merda! -Sacudo a cabeça em negação. -Eu preciso sair. -Meus dentes saltam para fora e meu corpo parece entrar em combustão.

-Que merda é essa? Você nunca ficou assim. -Ela me olha preocupada.

-Foi o sonho, alguém mandou na intenção de fazer isso. -Tento me acalmar. -Eu tenho certeza. 

-Isso não pode acontecer, mas como é um caso específico vou arriscar. -Ela diz se sentando ao meu lado.

-Como assim? -Pergunto afoito.

-Beba do meu sangue, vai ter alguns efeitos colaterais mas vai te acalmar e saciar por semanas. -Ela escorrega a alça da regata deixando a clavícula mais exposta.

-Não posso, você me disse que demônios não podem dar do próprio sangue para outros seres, é quebra de segurança. -Me afasto agoniado, ouvindo a pulsação dela. 

-Daen, é perigoso se a pessoa não for de confiança e eu confio em você, beba logo! -Ela diz pegando a estatueta de decoração da cômoda e furando a própria pele. O sangue escorre vermelho intenso, e eu me fixo nele de imediato. Engulo em seco, tentando internamente resistir, ela se aproxima de mim e segundo depois estou abocanhando o local. Cegamente.

Furo ainda mais a derme fervente de Elis com meus dentes, seguro seu rosto dando-me mais passagem, enquanto a outra mão segura firmemente a cintura do demônio, impedindo-a de recuar. Ela parece vulnerável em meus braços, intensamente imergida na sensação da minha boca sugando o mais delicioso sangue do universo, minha pele arde em êxtase, minhas escamas aparecem e as runas em meu corpo brilham como o sol, Elis é a unica que consegue olhar para elas sem ferir os olhos, ela as toca sem se queimar e sussurra cada palavra baixinho. Meu corpo reage tão bem ao seu toque. Bebo o sangue com mais pressa passando a língua nos filetes que escorrem por seu pescoço e trapézio, e ela arrepia, o que me dá ainda mais desejo. O sangue dela me causa um calor diferente, um desejável, e sexual. Aos poucos afasto minha boca de seu corpo, respiro fundo e ela tenta controlar a própria respiração descompassada. A vista é uma bela obra de arte, seus olhos vermelhos brilham como os meus, seu rosto mesmo que no escuro se mostra rosado, e sua boca entreaberta anuncia sua vulnerabilidade. Afago seus cabelos em um cafuné carinhoso, aos poucos me controlo mais, permaneço imóvel próximo a ela, ouço sua respiração aos poucos se acalmar. Afrouxo o aperto em sua cintura mas permaneço com a mão no local.

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