"Mesmo que precise matar"

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...

-Você sempre conseguiu fazer as coisas sem mim, por que me acordou? -O demônio desperta irritadiço.

-Eu preciso que me ajude a enfrentar isso. -Imploro mentalmente. -Se mute comigo.

Sem mais palavras sinto meu corpo esquentar um pouco, e dar todos os sinais de mutação. Meus chifres saltam para fora, e as escamas me rasgam enquanto as runas brilham como a lua. Minhas unhas crescem e meu tamanho dobra, sinto a alma do palerma se remexer em meu âmago, dando-me energia. Sorrio contido, agradecido por ter ao menos essa sensação boa.

-Obrigada, vai me ser muito útil.

-Você precisa de força para ultrapassar o portal. -A voz reverba baixo. -Boa sorte.

Paro diante dos guardiões da primeira porta, eles me olham assustados. Vejo que seus corpos estão arrepiados e encolhidos por conta do frio, me sinto culpado.

-Você tem certeza disso? -Um demônio me pergunta. 

-Não, mas é o que tem para hoje, então libere minha passagem. -Digo tentando não demonstrar minha ansiedade.

-Você tem o cartão verde? -Ele pergunta olhando minhas mãos vazias. E eu inconscientemente me lembro dela. Engulo em seco.

-Não. -Respondo mais sério. -Não tem responsáveis para isso na MDW.

-Então sinto muito, mas você não pode passar sem isso. -Ele me olha receoso.

-Eu vou entrar mesmo que precise matar para isso. -Me abaixo um pouco para ficar a altura do ser.

Antes que ele responda algo, nossa atenção é tomada por um grito atrás de mim, de longe. Olho em direção encontrando Tommy e Hilly correndo com o humano nos ombros. Dou risada. Havia esquecido do palerma, se eu disse que levaria ele comigo, vou cumprir minha promessa. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora