₴ Casa macabra ₴

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...

-Já conversamos sobre você me insultar desta maneira, não gosto disso. -Digo mais grave. -Eu sou criança?

Imergido pela provocação em um solavanco só, entro na frente de Elis e agarro suas pernas a erguendo e colocando-a sobre meu ombro esquerdo, ouço ela gritar em susto, claro ela não esperava tal reação da minha parte, mas se ela me trata que nem criança vou tratá-la igualmente.

-Então você também é. -Digo começando a andar na direção que estávamos.

-DAEN!!! ME SOLTA AGORA SEU PALERMA! -Ela bate nas minhas costas de forma grosseira, mas não sinto nada. -EU NÃO ESTOU BRINCANDO, VAMOS, ISSO É UMA ORDEM SEU IDIOTA DE MERDA!

-Enquanto você me insultar vou deixá-la aí. -Dou risada da sua bravura.

-QUANDO EU DESCER DAQUI VOCÊ ME PAGA. -Ela diz ainda mais sombria.

-Também gosto de você fofa. -Engraçado como ela poderia muito bem usar sua força contra mim, mas não usa.

-Eu faço qualquer coisa, mas me coloca no chão. -Sua voz soa rendida e eu comemoro internamente.

-Acho justo, mas se eu te soltar e você tentar me agredir eu te prendo novamente. -Digo afrouxando o aperto em volta do seu corpo.

Ela cruza os braços em minha frente e me olha furiosa bufa e estanca os pés no chão. Claramente se controlando para não me descer a porrada. Eu dou risada e imito sua postura cruzando os braços à frente do corpo, curvo um pouco as costas ficando de sua altura.

-Oque será que eu peço? -Digo baixo.

-Não vai ser agora. Estamos perdendo tempo. -Ela responde nervosa.

E novamente ela passa a andar na frente brava mas agora por outro motivo e isso de certa forma me alivia. Rendido pela resposta, sigo atrás em silêncio, outra hora cobraria o meu favor e ela não poderá dizer nada.

-Tira esse sorrisinho da cara! -Ela sem nem olhar para mim diz rancorosa e eu gargalho porque ela claramente já me conhece a ponto de saber que eu estava sorrindo.

...

Acho que já passava das 17:00 horas quando eu e Elis avistamos uma casa velha no meio de um monte de árvores igualmente antigas e fascinantes, a casa era pequena mas consideravelmente macabra com um leve ar de calmaria, certeza um bruxo morava ali e se tratava da casa que tanto procuramos. Olho para Elis ao meu lado que observa a casa minimamente, sua energia já não é mais calma, seu corpo está tenso e sua mão não larga a adaga, ela mal pisca e isso me deixa nervoso, porque não faço ideia de como esse bruxo vai reagir ao me ver. Não pensei nisso antes, na forma como ele pode lidar ao ter nossa ilustre presença em sua casa. Ele pode tentar machucar Elis...

-Você acha que devemos abordar ele de surpresa ou apenas batemos na porta como duas crianças perdidas? -Elis pergunta realmente sem saber e me preocupo.

-Acho que pedir açúcar emprestado seja uma boa. -Digo tentando acalmá-la, e funciona um riso baixo escapa e ela sacode a cabeça negando. 

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora