"Sentimentos humanos..."

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...

-Assim como eu também não merecia tudo que me fez. -Sou grosso nas palavras, desgosto é o único sentimento que me toma. -Eu não queria que as coisas fossem assim, mas vocês dois escolheram isso.

-Filho...Não deixe isso acontecer, não se torne um deles. -Súplica

-Você amou um desses, gerou um desses, não pode negar que eu herde algo daqui. -Aperto a mão em punho. Levo a outra mão até o rosto de Sofia, limpando uma lágrima fujona, sua derme está fria por mais que o lugar seja quente, seus olhos se arregalam ao sentir meu toque e mais choro se vêm.

-Desculpa...Me perdoa Daen, eu juro que se eu pudesse mudar isso...- A frase morre quando ela me vê negar com a cabeça.

-Sofia, não diga mais nada, você vai se virar aí dentro. -O sentimento de desgosto que me tomava, agora está acompanhado de sentimento humano, denominado com pena.

-Me chame de mãe...-Um pequeno traço suplicante se forma na faceta da mulher.

-Podemos levá-la agora, ou vai virar novela de drama isso aqui? -Um guarda pergunta, eu direciono minha visão ao dito cujo, o olho feio vendo ele recuar.

-Eu sinto que essa não é a última vez que nos vemos, creio que vou conhecer meu pai mais rápido do que penso. -Solto e todos ao redor inclusive minha mãe tencionam, alguns burburinhos são ouvidos por mim, mas apenas ignoro, olho uma última vez para Sofia, lhe entrego um sorriso curto. Ficar ali vendo ela ser levada me faria mal, então me viro e sigo o caminho de volta para fora. Acabo por topar em Elis na porta de saída do URW, seus olhos crescem ao me ver, e logo ela nota a energia gigante que abala a mim, essa que sai da porta grande e preta onde minha mãe entra sendo arrastada. Seus lumes se voltam a vim e sorrio.

-Oi...-Digo baixo. -Lugar estranho para nos encontrarmos não?

-O que está acontecendo? -Sua faceta denuncia a grande dúvida. -Aquela era sua mãe?

-Sim...Descobriram que eu sou um demônio e aparentemente ela está sendo punida por ter fodido com um demônio. -Digo simples, mascarando meus sentimentos.

-Vamos sair daqui. -Ela segura meu pulso me levando para o jardim afastado do portão, nos sentamos na grama embaixo de uma árvore. -Você está bem? -Sua pergunta me faz suspirar.

-Ainda tenho sentimentos humanos aqui. -Toco o meu peito. -Mas senti certo alívio por isso, ver ela pagando pelo que me fez. -Olho para as pessoas passando distante.

-Entendo, espero que esse sentimento humano passe, não te quero mal, esse sentimento de culpa não é seu. -Sua mão toca a minha delicadamente, sinto a nergia boa transcorrer minhas veias, fechos os olhos aproveitando da boa dose de serotonina doada por Elis.

-Obrigada. -A olho de canto. -Me sinto melhor.

-Eu não pude ir te ver, estava terminando o processo do Dominus, está tudo certo. -Ela comenta arrancando a graminha.

-Equidna apareceu por lá, dando o chilique de sempre, e saiu tudo como o planejado. -Sorri.

-Que bom, tempos de glória. E o Dominus está diferente? -Sua curiosidade é palpável.

-No começo achei que estávamos perto de começar uma amizade, mas ele me defendeu e me ignorou logo em seguida, não creio que ele goste de contato ou conversa, isso me frustra, o silêncio é atormentador. -Desabafo.

-É ele cresceu em um corpo de cachorro, não tinha ninguém a não ser o bruxo,  isso justifica seu comportamento, e ainda tem chances dele se abrir e mudar. -Ela propõe. 

...

Chasing The SecretOnde histórias criam vida. Descubra agora