ARCO III
○INTERROGAÇÕES○
Lg não sabia exatamente o que sentir olhando para Pedrux através da janela espelhada. Era estranho vê-lo com a falta do braço mecânico. Mais estranho ainda era ver Pedrux ser todo o seu ar de petulância, olhos sarcásticos ou um sorriso presunçoso na sua cara feia de gnomo de jardim.
Os machucados no rosto do cientista comprovaram a briga que ele teve com Mendrake quando ele foi o resgatar junto com o Apuh. A barba rala o deixava com uma aparência mais velha e os cabelos oleosos junto com as grande bolsas escuras abaixo dos olhos cansados apenas dizia o quanto Pedrux estava sofrendo ali na cadeia.
--- O julgamento dele já foi marcado? - Lg perguntou num sussurro, mesmo sabendo que nem Foka e nem Pedrux poderiam o escutá-lo.
--- Marcamos para daqui dois dias. Nait iria conduzir o julgamento, mas ele se tornou parcial, assim como eu - explicou Apuh, não conseguindo tirar os olhos da figura destruída de Pedrux - Convocamos um Juiz entre os moradores de Utopia e ele está analisando os documentos do caso.
--- Será aberto para o Juri?
Apuh negou - para a segurança da maioria, Nait, o delegado e eu preferimos não acionar o Juri. Mas sinceramente, eu não sei como será a condenação de Pedrux com toda essa ameaça do Luiz. Você disse que o Luiz gosta de separar os seus personagens para matá-los, certo? O que aconteceria com o Pedrux se o deixasse-mos sozinho em uma cela? Mesmo que ele tivesse guardas os vigiando... Quem garante que esses policiais não são figurantes? O único que eu tenho quase total certeza que é uma pessoal real é o Foka, e ele nem tem características completamente humanas!
Lg concordou, refletindo aquelas palavras. Se Pedrux fosse julgado e sentenciado aos anos de prisão, quem garantiria que Luiz não usaria isso como pretexto para assassiná-lo e começar o declínio de toda a sua história contada ali pelo teatro de bonecos? Mas onde haveria a justiça se Pedrux continuasse solto?
Para ser sincero, Lg nem se importava mais se Pedrux ficaria preso ou livre. Lg não se importava com as coisas que Pedrux fez a si ou ao seu corpo. Ele temia que Pedrux pudesse apresentar alguma ameaça ao povo da cidade e ao Apuh, mas o seu real foco naquele momento era apenas derrotar o Luiz e mais nada.
--- Hm - Lg riu anasalado e segurou o cabo da espada de Caliburn.
--- O que foi?
--- Nada, eu só - ele abaixou o olhar e encarou a lâmina em sua cintura - não quero que Pedrux morra caso ele acabe ficando sozinho e Luiz venha atrás dele, mas... eu o ataquei com a minha espada. Eu mesmo poderia tê-lo matado. Eu sou hipócrita.
Lg levantou a cabeça e encarou o rosto cansado do cientista. Uma das últimas memórias que ele tinha com Pedrux era dele o cortando levemente com Caliburn na região da bochecha. Caliburn, por ser uma lâmina mágica e enfeitiçada pelos deuses, tinha a incrível habilidade de aniquilar almas de quem sofresse de seus ataques.
Pedrux tinha uma cicatriz quase imperceptível na bochecha um pouco abaixo dos olhos, mas o cientista continuava ali. Ou Caliburn não conseguiu cumprir com o seu princípio de aniquilação de almas, ou Pedrux perdeu uma de suas almas.
O quão parecidos Lg e Pedrux eram?
--- Essa conversa está sendo gravada e tudo o que disser pode ser usado contra você no tribunal - a voz de Foka preencheu a sala onde Apuh e Lg estavam.
Lg olhou para o policial fardado e engoliu em seco. Foka olhava seriamente para Pedrux segurando um bloquinho de notas e uma caneta.
Pedrux continuou quieto em sua cadeira, não esboçando qualquer reação.
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Dias de Chuva| !Lapuh!
Romance[+14] |Lapuh| !Lg x !Apuh Lg não conseguia mais viver sem as suas amadas xícaras de café e Apuh tenta o convercer a domir. Perdido em pensamentos pertubadores, Lg observa a chuva molhar toda a cidade de Utopia com incertezas sobre o seu passado, p...