Dias de Chuva| !Lapuh!

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Arco III

○IMPACTO○

Lg se despedia de Amezim quando Phantom terminava de limpar o corte no supercílio de Tuguim.

Depois da explosão, Amezim ajudou Lg a sair do estado de transe da meditação - ele não despertou com a explosão tão pouco quando os cristais foram expelidos pelo seu núcleo como tiros de canhões, sendo que um acabou acertando o nariz de Tuguim e um outro sem sua testa. Felizmente o único que saiu machucado daquela situação foi Tuguim que reclamava de dor para Phantom que tentava o acalmar o prometendo que o levaria para ver o mar como recompensa por ter o deixado desprotegido na explosão.

Amezim não disse muita coisa para Lg. Ele estava assustado o suficiente para pegar os seus cristais e sair o mais rápido possível do laboratório, dizendo que algo sobre cores e meditações que Lg não entendeu muito bem.

Voltando para a sala de descanso, Lg guardou os utensílios que Phantom usou para cuidar de Tuguim na maletinha branca com o símbolo de um cruz vermelha e com vários adesivos de tartaruga enfeitando e olhou para Tuguim que se escondia no capuz do moletom.

--- Você vai pagar por tudo que quebrou naquela sala - Phantom exclamou enraivecido, mais pelos machucados de Tuguim do que o prejuízo no laboratório - Primeiro você tenta pifar os meus computadores e agora destrói a minha sala de bugigangas? Te perdoei por aquele dragão! Mas ninguém mexe no meu laboratório sem sair impune! Você me entendeu?!

Lg ergueu as mãos em rendição e ficou na defensiva:

--- Mande a conta para a prefeitura que vamos cobrir todo o prejuízo.

--- Espero mesmo! - Inflamou - Você está bem Tugas? Um chocolate quente vai te ajudar?

Tuguim ainda estava com os olhos marejados e a ponta dos seus dedos tremiam um pouco. Ele apenas concordou e Phantom saiu para ir até a copa preparar o chocolate quente, não sem antes olhar para Lg e fazer ameaças que acabariam até com as suas futuras gerações.

Sozinhos na sala de convivência, Lg olhou com atenção para Tuguim e procurou por uma lápis e papel pela sala, achando um bloquinho jogado perto de um vaso de planta artificial. O lápis ele pegou de um potinho cheio de lápis de cor e gizes de cera. Lg desenhou em uma das folhas do bloquinho o símbolo de bonança, o mesmo que fez na sala de reuniões da prefeitura e para ativá-lo ele forçou choro até conseguir uma lágrima e a pinga-la no papel.

Tuguim respirou fundo quando sentiu o cheiro de camomila e aceitou o símbolo quando Lg o entregou depois de destacar a folha do bloquinho de anotações.

--- Espero que te ajude.

Tuguim abraçou o papel e seus ombros tensos puderam relaxar. Ele respirou fundo mais algumas vezes e depois secou os olhos com a manga do moletom.

--- Obrigado - disse quase que num sussurro - aquilo foi assustador - sentindo o símbolo agir no ambiente, Tuguim olhou para Lg e pode enxergar a preocupação estampada nos olhos magentas - Não se ofenda com o que Phantom disse, ele pode ser muito protetor as vezes.

--- Não me diga - ironizou vendo um pequeno sorriso surgir em Tuguim - Nem tinha reparado - eles riram fracamente e Lg ajeitou as lapelas de seu kimono - mas Tuguim, o que aconteceu naquela sala? Uma hora eu estava me concentrando na meditação e na outra hora Amezim estava mais branco do que gato assustado e você com dois machucados no rosto... Eu por acaso fiquei com a pele num verde azulado e ataquei vocês?

Tuguim negou e guardou o símbolo no bolso do seu moletom.

--- Não. Foi o seu núcleo - explicou apontando para o peito de Lg - ele, ele explodiu.