💞126💞

695 86 156
                                    

ARCO III

○AFAGOS○

Apuh começou a redigir então a pauta da reunião que depois ele encaminharia por e-mail para os membros da PSI para que ele pudesse acessa-la que sempre que possível. Apuh escrevia as suas teorias e as coisas que ele conseguiu descobrir com o livro de Merlin sobre as ametistas além das teorias de Lg e o que eles descobriram com o interrogatório com Pedrux.

Lg por outro lado pegou uma das folhas que Apuh trouxe, arranjou um lápis e desenhou círculos no canto da folha para poder fingir que estava fazendo alguma coisa. Ele estava ali mais para servir como companhia de Apuh. Vez ou outra o prefeito o perguntava algo sobre o interrogatório ou sobre coisas do Luiz que Lg conseguia responder, mas eram respostas simples e logo eles caiam no silencioso da sala, sendo possível escutar apenas o tec, tec do teclado e as gotas de chuva batendo no teto da prefeitura.

Lg trançou então linhas pela folha, fez um círculo em seu centro e triângulos simétricos dentro da circunferência, no tédio ele acabou desenhando um dos círculos dos seus rituais sem ao menos perceber e quando reparou, ele sentiu falta dos seus livros de magia.

Agora ele poderia estar estudando alguma magia, poção, encantamento ou até mesmo ritual que pudesse o ajudar naquela situação toda com o Luiz, a Ametista Vermelha e até mesmo o seu passado.

Luiz apagou a sua memória de alguma forma, devia ter alguma magia envolvida naquilo, isso se não fosse algo feito com a própria ciência. Na verdade, se Luiz fosse alguém mais ligado a ciência do que com a magia propriamente dita, talvez Phantom o conseguisse o ajudar a recuperar a sua memória com alguma pílula como ele fez para o ajudar a dormir sem sonhar ou algum remédio, ressonância magnética ou qualquer outra coisa tecnológica que Lg tinha preguiça só de tentar entender.

Mas caso Luiz fosse como Lg e trabalhasse com a magia, as coisas poderiam se complicar, uma vez que dependendo do grau de magia, o nível de mana que Luiz usou para apagar as suas memorias e o método que ele fez isso. Teria Luiz o jogado um feitiço de esquecimento? Alguma maldição? Ter aprisionado as suas memórias em algum artefato?

Lg precisava pesquisar mais sobre. Talvez se ele fizesse algum ritual de sacrifício de sangue os deuses poderiam o dar alguma luz sobre esse mistério todo envolvendo o seu passado.

Jazz não saberia o responder como Luiz apagou as suas memorias, com certeza ele estará muito traumatizado para se lembrar de algo.

Lg suspirou ouvindo mais dos dedos rápidos de Apuh digitando no teclado do notebook. Olhando para o desenho na folha, Lg começou a listar os materiais que ele utilizava para realizar esses rituais.

Esse ritual com o círculo lembrava vagamente as transmutações de alquimia do Apuh, mas ao contrário do alquimista que utilizava da troca equivalente, Lg utilizava da fusão dos materiais para produzir os seus equipamentos e encantamentos. Caliburn mesmo foi uma espada forjada a partir desses círculos mágicos e aprimorada com os sacrifícios de sangue.

Lg escreveu então o pó de diamante, ouro e ferro, além de açúcar, cal, farinha de osso e alguns olhos e aranha que vira e mexe ele também se arriscava a usar. Escreveu cinzas de plantas e materiais orgânicos, o pó de carvão e também fragmentos de olhos de teletransporte conseguidos a partir de monstros do novo mundo. Lg traçou mais alguns desenhos e símbolos arcaicos que conduziam energia para momentos de desespero e escreveu o último item que faltava na sua lista de ingredientes: Pólvora.

Lg sorriu, aquilo o fez se lembrar de Dletinho, quando o amigo foi o pedir pólvora emprestado para carregar as armas de caça para lidar com as jaguatiricas que estavam rondado a sua casa. Teria Dletinho conseguido resolver aquele problema? E o tucano que ele estava buscando outro dia? Dletinho desistiu mesmo de procura-lo e ter adotado um cachorrinho para a Amora?

Dias de Chuva| !Lapuh!Onde histórias criam vida. Descubra agora