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“A  melhor liberdade, é de estar preso no abraço dela.”

Josh 🏈

As grandes avenidas de Boston não conseguem medir a velocidade que estou indo. A luz vermelha freia bruscamente os pneus da minha Harley. Dois segundos depois do sinal permitir, arranco quase na velocidade que estão nas placas. Pelo menos nisso ainda continuo sendo correto.

Rodo o guidão esquerdo e acelero mais. Viro uma curva estreita e entro em uma rua muito conhecida. Algo que eu não queria me lembrar. Vou mais a fundo, virando em uma outra rua e em poucos metros entro na avenida que dá acesso ao prédio que moro com ela.

Os pneus deslizam pelo asfalto úmido. A neve não para de cair e só penso no quanto quero deixar o nosso relacionamento em pé. Ficar nesse clima com a Stella é ruim pra caramba, e não consigo me concentrar porque os meus pensamentos só arquitetam o fato de eu estar sendo um idiota ao quadrado.

Deixo a moto no estacionamento. No hall de entrada avisto o porteiro. Me aproximo. Ele está conversando com um homem e estou demonstrando a minha agitação batendo meu pé no chão. Não demora e ele me olha de cima a baixo. Estou com a armadura do esporte e por isso estou recebendo olhares por todos os lados. Não é nada disso que estou preocupado agora.

— Senhor...

— Alguém subiu?

— Boa noite, não entendi a pergunta.

Suspiro alto. O ar em meus pulmões não estão arrumados.

— No apartamento que eu e a minha namorada moramos, no quarto andar no número vinte e cinco. — Ele dá um passo para frente. Temo pela pergunta mais clara que vou fazer para ele. Aperto a chave da Harley, cerrando o punho. Tenho que me forçar a soltar os lábios. — Boa noite, alguém... pediu para subir?

O silêncio dele me deixa pronto para qualquer coisa. É muito breve, mas me deixa mais angustiado.

— Não, senhor Kavill. Estava esperando alguém?

Balanço a cabeça.

— Muito obrigado.

Sorrio para ele, que assente. Bato no ombro do senhor e vôo em direção ao elevador, colocando o braço no meio para o sensor voltar a abri-lo. Enfio a chave no bolso.

Estou aliviado, mas há uma sensação no meu peito que esmaga ele. A indiferença deste sentimento em mim, me deixa tonto. A minha grande vontade que estou ansiando, é de ver se está tudo bem. E se não estiver, fazer ficar tudo bem.

Tiro as chaves da mochila e o destrave a porta. Me livro de tudo que está atrapalhando e me deixando mais tenso, jogando tudo no sofá perto de casacos. Com ansiedade, vejo todos os cantos da sala e cozinha. Está tudo em ordem. Mas ainda não vi um sinal da Stella e o silêncio dela grita em meu interior.

Entre ser um cara que prefere recuar e ficar petrificado na incerteza de será que a Stella está com muita raiva de mim? Prefiro ser um homem que vai atrás da resposta para conquistar a certeza.

E é com esse pensamento que abro a porta do nosso quarto. A paz deste cômodo me permite ficar mais calmo. Em pé, a atenção de olhos castanhos se prendem no espelho.

A adrenalina da velocidade que eu estava na minha moto, querendo chegar aqui o mais rápido, permanece correndo em minhas veias.

Quero fazer com que Stella entenda tudo o que está acontecendo. Quero que ela não tenha motivos para ficar com raiva de mim e ficar o dia todo pensando em como eu era certo com ela. Eu quero continuar sendo, é por este motivo que dou poucos passos longos e a viro.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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Te Irrito porque te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora