MARAÍSA
Depois de olhar minhas filhas e desejá-las boa noite mesmo que já estivessem dormindo, sai do quarto e decidi tomar um banho quente e demorado.
Recordei-me de que tinha coisas inacabadas das empresas legais em Minnesota, e mesmo contra minha vontade me obriguei a sair da cama e ir até o maldito escritório no terceiro andar. Confesso que a vista lá em cima era divina e deixava tudo um pouco mais leve, separei um vinho italiano e comecei o que precisava ser feito.
Minha cabeça doía e já era quase manhã. Eu estava a dias dormindo mal ou nem dormindo... pensamentos e trabalhos demais, se tornava complicado.
MARÍLIA
Durante a manhã me mantive sonolenta e entediada mesmo que tivesse coisas pra fazer. Henrique me analisava em silêncio enquanto esperava que eu terminasse o café da manhã. Tinha sido instruído a ensinar-me a atirar por ordens de Maraísa, eu realmente não via nenhuma necessidade nisso.
-Ela quer que aprenda a se defender.
- Irrelevante... - soei tediosa, revirando os olhos e ele riu.
-Uma hora ou outra irá embora ou Maraisa ficará distante, o universo não coopera em pontos positivos e em algum momento precisará ser insana o suficiente para manter a própria vida.
Assenti em silêncio, engoli em seco e suspirei lento.
A realidade era essa, por mais que não me fosse satisfatória. Eu iria embora pois Maraísa nunca sentiria o mesmo que eu e... bem, eu deveria começar a me acostumar com isso.
-Acho que já podemos ir. - soei séria e ele me conduziu.
Caminhamos até um gramado em silêncio, era um pouco longe da casa mas aparentava ser mais calmo e concentrável. Notei que havia uma mesa de material parcialmente desgastado e sobre ela algumas garrafas de vidro...
- É o básico. - ele disse convicto. - Primeiro com a pistola.
-É sério isso? - questionei baixo e ele assentiu.
-Temos um ambiente próprio para isso, mas contém homens em treinamento, e homens significa inconveniência em todos os sentidos. - ele disse sério enquanto carregava a arma, colocando balas.
Respirei fundo o vendo mirar.
-Maraisa foi bem rígida e específica quando disse que não queria olhares desejáveis direcionados a você.
Aquilo fez meu corpo arrepiar de alguma maneira, e isso era assustador.
Olhei ao redor e vi quatro homens que ultimamente faziam minha segurança aonde quer que eu fosse, pareciam malditos cães de guarda. Mas não olhavam para mim em momento algum, usavam máscaras pretas e se mantinham estáticos em posição de descanso.
Era tedioso...
-Então agora ela vai controlar até mesmo quem olha pra mim? - questionei paciente.
-É... -ele disse ainda disperso. - Ou gargantas serão cortadas. - ele sorriu de canto. - Palavras da chefinha.
Me assustei ao ouvir um disparo e em seguida estilhaços de vidro, Henrique havia atirado.
-Alef vai te ensinar. - ele me entregou a arma e pela primeira vez olhou em meus olhos. - Caso sinta-se incomodada com algo basta falar aos seus seguranças. - ele apontou atencioso. - Estão a sua total disposição.
-"palavras da chefinha" - debochei e ele sorriu saindo em seguida.
Um garoto de altura mediana, cabelos castanhos e ondulados, olhos escuros e marcantes, corpo escultural e seriedade exalante se aproximou. Vestido como os outros, roupas pretas e adereços prateados... exalavam luxúria, riqueza e poder.
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LÁ MARFIA -MALILA
Hayran KurguLa Marfia é uma história fictícia onde uma loira acaba ficando sobre o poder da maior mafiosa da América latina. #Marilia #Maraisa #LGBT #Lesbica #Mafia #Amor