LÁ MARFIA -MALILA

BREVE...

MARÍLIA

Assim que adentramos a mansão tudo pareceu se tornar mais tenso. O olhar da morena ao meu lado procurou Henrique e ele a olhou triste, vazio. Ela fez um movimento com a cabeça e ele assentiu, em seguida os dois saíram me deixando estática ao lado de Luísa e Maiara.

-O que aconteceu? - questionei confusa  e Maiara respirou fundo.

- Júlia e Lara vão para Madrid. - ela soou rouca. - E a... Maraísa parece que vai tomar um esporro.

Olhei em volta a avistei a Maraisa ouvir Henrique, ela estava de cabeça baixa e braços cruzados enquanto ele falava seriamente, ele parecia segurar o choro. Ela parecia receber conselhos.

-Todos nessa casa servem a Maraisa Pereira" - a garotinha desceu as escadas falando em um tom debochado.

Dois homens vestidos em ternos pretos e suéteres gola alta a seguiam, juntamente de uma mulher alta, cabelos curtos e escuros, olhos escuros em um tom específico, e corpo magnificamente esculpido.

-Onde está sua irmã? - a mulher questionou gentilmente e a menor revirou os olhos.

-Você acha que eu tenho um botão que aperta e faz "plin" quando quero chamar ela?

-tão petulante como sua mãe. - a morena comentou e Júlia sentou-se ao meu lado.

-Ela briga com você. - a garotinha sorriu de canto enquanto apontava pra mãe no fim da sala.

-E eu te coloco de castigo. - a morena sorriu de volta parecendo intimidar a menor.

A encarei e alternei o olhar entre as duas.

-No subterrâneo, Simaria. - a loira respondeu aparentemente obrigada.

-Tragam-a - ela comunicou aos homens e ambos assentiram em silêncio caminhando em direção ao elevados.

-Sabia que... - a garota estava prestes a provocá-la.

A morena colocou as mãos sobre seus joelhos e a olhou séria, Júlia sorriu forçado repreendendo a si mesma. Um sussurro de Simaria foi ouvido, pedindo que a menor calasse a boca e então Júlia sussurrou um "tudo bem" em seguida revirando os olhos.

-Mamãe a Simaria é tediosa... - a pequena reclamou assim que a mãe se aproximou.

A mulher que antes estava, se afastou deixando eu e as duas sozinhas.

-A vovó quer passar um tempinho com vocês, Simaria é só uma parte disso ok? - a morena se ajoelhou para ficar parcialmente na altura da filha.

A menor assentiu compreensível e até um sorriso sincero escapou dos seus lábios.

-Que droga.... me acharam. - a pequena sorriu forçando sendo traga nos braços de um dos homens.

Maraísa sorriu disfarçadamente, levando uma das mãos ao rosto e respirando fundo. Seu olhar parecia quebrado e no fundo eu via que aquilo era um personagem "feliz" ignorando a dor.

-Já falei milhares de vezes que não quero vocês com esse linguajar. - ela soou séria. - E por favor, não desrespeitem a Simaria por mais que ela seja insuportavelmente chata. Ela vai cuidar de vocês juntamente da vovó, devem amar elas como amariam a mim.

Que mãe diria as filhas isso?

-Seus exemplos demonstráveis de respeito e afeto são inigualáveis. - a morena disse com um olhar divertido.

As crianças se despediram da mãe e das tias, mas antes de ir, algo que eu não esperava aconteceu. Júlia que era extremamente difícil, caminhou até mim, me abraçou e deixou um beijo rápido na minha bochecha. Um "tchau" foi dito em tom sútil e levemente doce, assim como feito por Lara em seguida. Notei o sorriso bobo de Maraísa e ela também parecia surpresa com a cena, assim como o resto dos familiares da mafiosa que olhavam tudo com atenção.