POSSO RESOLVER ISSO

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MARÍLIA

A viagem demorou cerca de 4 horas, Minnesota era próximo de Los Angeles, mais do que parecia. Quando chegamos era por volta das 22:00 da noite. As meninas estavam na sala cada uma com um aparelho tecnológico em mãos. Vestidas em pijamas iguais e donas de uma expressão atenciosa.

-Mamãe! - uma das gêmeas correu em direção a mim, e rapidamente a peguei no colo.

A garota distribuiu beijos pelo meu rosto e envolveu os bracinhos no meu pescoço, escondendo o rosto sequencialmente.

-Não vai nem falar comigo? - a morena após colocar Lara no chão, questionou tocando as costas de Júlia, que deu uma gargalhada apaixonante.

Júlia foi pros braços de Maraísa e sequencialmente peguei Lara, que ficou acariciando meu pescoço e deitou a cabeça em meu ombro. A garota sorriu tímida quando avistou minha mãe. Elas já haviam se falado por chamada, porém, as garotas ainda eram extremamente tímidas.

-Oi... - Lara soou rouca, intimidada.

-Oi. - minha mãe respondeu calma, tímida, com um sorriso angelical.

Lara ergueu o rosto e a encarou por alguns segundos, enquanto eu e Maraísa observávamos pacientes. Júlia havia corrido atrás de Maiara, ela era geralmente mais fechada. Foi a que levou mais tempo pra se acostumar a revelar afeto comigo, e meus pais entendiam que possivelmente isso também acontecesse com eles.

A garota sussurrou em meu ouvido se podia chamá-la de vó, e aquilo foi chocante pra mim, mesmo que acidentalmente já tivesse chamado durante as ligações. Tanto ela quanto Júlia. Mas pessoalmente, aquilo foi como concretizar nossa realidade. A realidade que cerca de um ano atrás, era inimaginável pra mim. Eu só imaginava uma vida em paz, em meio a tanta desilusão e desgraça. E agora... eu tinha duas filhas, na verdade 3, com Anitta. E bem... uma delas estava prestes a chamar minha mãe de vovó.

-puis-je les appeler grands-parents? - (posso chamá-los de avós?) questionou novamente, desta vez em francês, ao alternar o olhar entre mim e Maraísa.

Meus pais não falavam francês, e ela se sentiu confortável em questionar assim. Era uma forma de não soar mal educada ao fazer o chamado, ou fazê-los entender o que queria fazer em seguida.

-Pouvons-nous, mamans? - (podemos, mamães?) Não havíamos percebido a volta de Júlia, porém seu questionamento soou curioso.

-ils peuvent. - (podem.) minha esposa respondeu, com os olhos pouco marejados e um sorriso magnífico. - ils aimeraient l'entendre, mes amours. - (eles adorariam ouvir isso, meus amores.)

-Ok... - minha mãe soou baixo, na tentativa de relembrar-nos que ainda estava ali.

-Desculpem-me. - Lara pediu calma, olhando para os meus pais, com um sorriso doce.

A garota desceu do meu colo e segurou a mão da minha mãe com paciência.

-Posso te mostrar a casa, vovó? - questionou, fazendo assim minha mãe sorrir em surpresa e seus olhos marejarem automaticamente.

-Pode, meu bem. - ela respondeu ao ver Júlia se aproximar sem dizer nada, e segurar a mão do meu pai.

(...)

Maraísa segurou minha mão em uma forma de carinho e sorriu, me puxando para abraçá-la assim que meus pais subiram as escadas sendo guiados pelas gêmeas e o cachorro, que evidentemente elas não se separavam por um segundo.

-Eu pensei que a parte afetiva fosse demorar. - mencionei e Maraísa deixou um beijo em minha testa.

-É.. eu também pensei. - concordou.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora