LÁ MARFIA -MALILA

JORNALISTA

MARÍLIA

Acordamos bem cedo aquela manhã por mais que ainda estivéssemos cansadas. Tomamos banho juntas e enquanto eu terminava de arrumar o cabelo, Maraísa colocava na bolsa alguns documentos necessários.

Guardei o babyliss e me aproximei dela assim que terminei, ela se mantinha em silêncio enquanto guardava os documentos.

Está tudo bem? - a abracei por trás, podendo ouvir seu suspiro pesado.

-Está. - ela respondeu baixo. - Pode dirigir? - questionou baixo.

-Posso. - finalizei antes de deixar um beijo demorado em seu pescoço, em sinal de carinho. - Tem certeza de que não aconteceu nada?

-Tenho, amor. Está tudo bem... - ela disse um pouco mais sincera, e eu me submeti a acatar essa resposta por mais que ela soasse duvidosa.

O cabelo dela seria feito lá, era meio que tudo bem programado então ela nem se importou em seca-los. Vestiu apenas um blusão confortável e que não destacasse tanto, uma calça preta e um tênis que custasse os meus rins e mais um pouco. Um óculos escuros e algumas joias que eu nunca teria condições de pagar nem mesmo se quisesse muito...

-Eu estou péssima hoje, me desculpa por ter que me aturar. - ela disse baixo antes de pegar uma garrafinha descartável de água no frigobar e sair do quarto em seguida.

Peguei a bolsa deixada por ela sobre a cama, que no caso era minha, as chaves da Bugatti e em seguida ela me seguiu até a garagem. Seguimos até o fim da área da mansão Pereira e assim que os seguranças abriram o portão, seguimos o destino.

Sua mão fria repousou sobre minha perna e seu olhar se manteve na pista mesmo que não fosse ela quem dirigisse.

-Fica perto de mim, ok? - ela pediu assim que parei no semáforo que dava acesso à rodovia em direção ao interior de Saint Paul.

Eu apenas assenti em silêncio, não entendendo seu pedido e em seguida ela deu sua explicação.

-A minha assessoria informou que o Léo dias vai estar lá. - ela disse aparentemente estressada com a situação. - Vou tentar fazer com que o tirem enquanto estivermos lá, mas creio que seja impossível.

-Ele é fissurado em você, não é? - questionei e ela assentiu.

-Se ele perguntar algo, não responde, ok? - ela pediu, e eu acatei.

(...)

Assim que chegamos, estacionei o carro na garagem interna do prédio. A área ficava afastada da cidade até mesmo para melhor privacidade e concentração dos modelos durante as sessão de fotos ou preparação de marketing.

Maraísa me deu um beijo rápido antes das portas do elevador abrir e termos acesso ao andar onde adentramos no prédio. Os documentos de identificação foram entregues ao segurança na portaria, passamos pelo aparelho onde detectava metais pesados e por fim tivemos acesso ao segundo elevador onde entraríamos seguindo para o andar principal.

-E lá vamos ao inferno... - ela sussurrou assim que a porta abriu e avistamos o jornalista seguido de toda a equipe da Burberry.

-Maraisa, é um prazer! - o modelo principal da marca de grife se aproximou, cumprimentando.

Maraísa se manteve em silêncio, o cumprimentando apenas com aperto de mão e em seguida eu fiz o mesmo. Ele me olhou de forma rápida e em seguida saiu.

-Lá vem o outro... - ela respirou fundo e eu sorri de canto.

-Quando tempo... - Léo Dias aparentava ser gentil. - É bom te ver.