COBRA

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26 horas depois...

MARAÍSA

Os raios de sol ultrapassavam as cortinas chegando até o chão amadeirado da varanda da casa. Lá fora eu podia observar o gramado e junto dele o clima pouco nublado devido à chuva recente quel já havia terminado. O tom verde intenso percorria toda a área aberta da casa qual eu agora retornava para permanecer com Maiara e Luisa. Henrique ainda estava um pouco distante, cuidando dos assuntos de família e por isso ainda não havíamos nos visto. Maiara por outro lado, apenas me cumprimentou de forma educada e rápida, ainda não havíamos estabilizado nossa relação.

Júlia bebia um achocolatado ao meu lado enquanto Lara sentada ao seu lado, onde ambas dividiam uma só poltrona, a observava de maneira apreciativa.

-Você é tão estranha. - Júlia comentou assim que a lara a abraçou.

-Por que você tem que ser tão insuportável? Cala a boca, que saco! - reclamou.

-Você é grudenta! - Rebateu.

-Mamãe devia ter te deixado na adoção. - reclamou agarrando-se ainda mais a irmã que revirava os olhos.

JÚLIA

-Parem de brigar. - mamãe soou um tanto quando gélida, em baixo tom.

Mamãe olhava através da parte aberta da varanda qual estávamos, ela podia analisar tudo lá fora. As montanhas mesmo que longe, lá de casa pareciam bem mais perto... e isso era de forma intrigante uma das coisas que ela passava mais tempo observando quando não suportava o barulho ensurdecedor da "união familiar" que tínhamos durante o café da manhã quando os outros se reunião.

-Por que a tia Marília não veio? - Lara questionou de forma sútil aproveitando que estávamos somente nós três.

-Ela está ocupada. - respondeu de forma rápida. - Em breve virá. - informou.

Nossa mãe colocou a xícara de café sobre a mesa e seu olhar severo caiu sobre nós. Lara a olhou um tanto quanto observadora e a figura mais velha diante nós pareceu buscar palavras para falar.

-Gostam da Marília? - ela questionou de forma sincera.

-Por que não gostaríamos? Ela é bonita, inteligente e ajuda a gente no que precisamos. E quando vamos brincar ela parece até mais infantil que nós.

-É... gostamos muito dela. - assumi.

-A aceitariam como parte da família? - mamãe questionou de forma tímida, porém esperançosa.

-Por que está perguntando isso? - rebati esperando que ela explicasse.

-Eu amo Marília, de uma forma que talvez vocês ainda não possam entender. Ela me faz bem, eu me sinto segura com ela... - ela falava de forma sincera, para que entendêssemos seus motivos, que no fim nem precisavam ser explicados devido suas ações tão afetuosas em relação a loira. - E eu adoraria que ela passasse a ser parte dessa família.

-Amor é válido de todas as formas" lembra? - minha irmã recitou uma frase dita pela nossa mãe diversas vezes. - Você nos ensinou isso.

MARAÍSA

Era mais que importante saber que elas já compreendiam isso e me apoiavam diante desse relacionamento. Minhas filhas eram bem mais que minha base de vida, e ter a compreensão e respeito delas, era mais que necessário.

-Então... vocês não são só amigas? - Júlia sorriu compreendendo aonde eu almejava chegar.

-Digamos que por título social, ainda sim... - confessei. - Mas logo pretendo mudar isso, porém não vem ao caso agora.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora