UM PEDIDO, UMA ORDEM

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MARAÍSA

Assim que entramos o ambiente estava um tanto quanto silencioso, e por sorte, bem pouco movimentado. Escolhemos uma mesa no fim do salão, com vista pro mar e um pouco mais reservada.

-Vou ao banheiro. - a loira comunicou levantando-se de maneira educada, deslizando sua mão pela minha, qual estavam entrelaçadas e lançando um olhar comunicativo aos pais. Nos deixando a sós.

Um garçom se aproximou e agradeci, eu estava um tanto quanto nervosa já que era algo incomum pra mim. Pedimos a entrada, já que planejava levar um bom tempo ali e não tornar tudo rápido e confuso demais.

-Um vinho branco suave, pode ser? - questionei atenciosa analisando a expressão e esperando a resposta dos pais da loira após notar que eles não tinham uma opinião formada sobre o que ingerir logo de início e aparentavam estar em dúvida. Ambos confirmaram prontamente.

-Somente isso, senhora? - o garçom questionou educado tendo em mãos um aparelho tecnológico qual registrava os pedidos.

-Trás uma taça de vinho tinto suave. - pedi paciente.

O homem assentiu milimetricamente e gentilmente, afastando em seguida.

-Ela sempre me importuna sobre o quanto odeia vinho branco. - sorri paciente ao notar a expressão confusa dos mais velhos em relação ao pedido único.

MÁRIO

Enquanto observava a empresária levar a taça de vinho branco aos lábios, nos tendo sob seu olhar atencioso e aparentemente tranquilo... me senti mais confiante, fazendo assim a pergunta que me interessava.

-O que realmente pretende? - questionei paciente, sincero.

-Não quero namorar a filha de vocês. - ela respondeu séria, convicta.

Sua pausa para levar a taça outra vez aos lábios me deixou um tanto quanto curioso.

-Não tenho mais idade para isso. Já a conheço bem, a amo e confio nela. - ela sorriu de canto. - Eu tenho uma vida financeira mais que estável me tornando totalmente independente, já tenho filhas e um emocional bem menos complicado. E eu seriamente já não tenho idade pra "brincar" de namorar. - ela falava, paciente. - Eu não quero esperar mais, já tenho respostas o suficiente. E queria saber se me permitem fazer da filha de vocês minha noiva se assim for da vontade dela.

-Noiva? - minha esposa questionou tão surpresa quanto eu.

-Já moramos juntas, dormimos juntas e fazemos tudo juntas. Eu quero apenas tornar isso oficial e poder assumi-la para o mundo como minha esposa. - ela colocou a taça sobre a mesa. - Ambas minhas filhas construíram um carinho inexplicável pela Marília, ela é uma pessoa especial de todas as maneiras para mim e minha família.

A olhamos ainda surpresos com a informação recente, porém mais do que certos que aquela mulher a nossa frente amava nossa filha e tinha a chance de viver a felicidade com ela.

-Eu a manteria segura como se fosse minha vida, a levaria a todos e únicos lugares do mundo, e compartilharia com ela todo o meu presente e futuro. Eu sei que ela é responsável e independente, porém o consentimento positivo de vocês sobre isso é mais que o suficiente e importante para mim e ela.

-Tens nosso consentimento. - Ruth sorriu com os olhos marejados.

A mulher do outro lado da mesa sorriu de forma vitoriosa e seus olhos castanhos bem visíveis tiveram as pupilas dilatadas me mostrando sua felicidade em relação a resposta.

-Obrigada! Isso é muito importante para mim, e pra ela principalmente. Fico feliz que a tenham aceitado e dado uma chance a nós. - ela segurou nossas mãos sobre a mesa.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora