17 horas depois...
HENRIQUE
Eram cerca de 11 horas da manhã, quando Marília chegou. Maraísa ainda dormia devido a insônia extensa durante a noite, e a casa estava mais mórbida do que nunca. A loira tinha um óculos escuro no rosto e uma expressão cansada assim que os retirou.
-Bom dia. - ela soou cansada e eu sorri da sua postura exausta.
-Bom dia. - retribui enquanto bebia uma dose de whisky.
-Eu aceito uma dose. - ela disse de forma fraca. - Dane-se que são 11 da manhã.
A entreguei um copo com uma quantidade razoável de Bourbon irlandês. Ela bebia aos poucos enquanto se mantinha em silêncio, e quando colocava o copo sobre a mesa da cozinha, tirava a curta pausa pra brincar com a diversidade de joias luxuosas em seus dedos.
-Está tudo bem? - questionei confuso devido sua postura incomum. Ela costumava ser agitada, sorridente e até escandalosa.
-Só estou extremamente cansada. - ela suspirou pesado. - Mas acho que só precisava voltar pra casa.
-Fico feliz que reconheça que essa também é sua casa, e quero que saiba que também somos sua família. - ela assentiu em silêncio, sorrindo fraco, compreendendo o apoio.
A loira pegou o próprio celular e mexeu por um tempo, enquanto eu fazia o mesmo. Ela me interrompeu mostrando uma foto de Maraísa, qual era recente.
-Ela cortou o cabelo? - questionou surpresa e eu assenti.
-Cortou. -Confessei.
Fomos surpreendidos e interrompidos por uma das irmãs que descia as escadas com um aparelho eletrônico em mãos. E como sempre, Tyson estava atrás dela. O animal logo se aproximou da loira, podendo receber carinho, e assim que Júlia notou a presença da psicóloga correu pros seus braços.
-Você voltou! - ela sorriu sentando-se em seu colo, onde Marília a recebeu com prazer e carinho.
-Mas por que eu não voltaria? - ela questionou sorrindo e abraçando reciprocamente a menor que a abraçava.
-A gente sentiu saudades. - ela disse contente e eu me surpreendi com a relação entre as duas. -A mamãe principalmente.
-E onde está a mamãe? - questionou apertando as bochechas da menor.
-Dormindo, ela teve insônia outra vez. - ela disse baixo.
Maraísa continuamente tinha insônias mais intensas quando estava preocupada, ou escondia seus sentimentos relacionado a algo. Era sempre complicado, já que ela tirava esse tempo pra fumar ou ingerir bebidas alcoólicas.
-Vocês namoram? - Júlia questionou repentinamente e eu sorri de canto com a expressão insegura e tímida de Marília.
-Não... eu sou só amiga da sua mãe. - ela disse um tanto quanto fraco, mas tentando sustentar a mentira.
-A mamãe nos contou. - ela disse de forma convicta. - E você está mentindo.
Marília corou e Júlia a deixou um beijo rápido na bochecha.
- E está tudo bem por vocês? - a loira questionou tímida, mas esperançosa.
-Sim, gostamos de você. - a menor comentou enquanto pegava o Ipad sobre a mesa. - E a Mamãe, o tio Henrique, a tia Luísa e a tia Maiara também.
Ela sorriu de canto enquanto a mais velha afastava seus cabelos de forma carinhosa.
-Acho que o Tyson também gosta de você, mas um pouco menos. - ela disse convicta, relembrando todas as vezes em que o cachorro ciumento rosnou para a psicóloga. - É bom ter você na família.
-Obrigada. - Marília soltou fraco, em um sussurro. - Também fico feliz em ter vocês como família. - a loira ressaltou levando o olhar até a menor, alterando entre ela e eu.
-A gente sabe. - Ela sorriu fraco.
-Onde está sua irmã?
-Aula de piano. - ela respondeu de forma rápida.
-E por que você não foi hoje? - a loira questionou confusa.
-Aula de piano é um porre, só a Lara aguenta aquilo. - ela respondeu dispersa, analisando a tela do aparelho eletrônico.
-Quantas declarações. Benéficas e maldosas. - eu comentei sorrindo e a menor que não costumava ser sentimental ou comunicativa ergueu o olhar, sorrindo de forma fraca. Relembrando o sorriso de Maraísa.
-Ok, acabou o momento emocional de hoje. - ela desceu do colo da namorada da mãe, e se afastou levando Tyson e o Ipad junto.
NARRADOR:
Marília adentrou o quarto parcialmente escuro e encontrou Maraísa na cama. Quase nua como sempre, apenas uma fina calcinha de renda e um cropped branco. Dessa vez o quarto não estava tão frio, seu corpo descoberto sobre a cama e a sensação térmica da loira já mostravam isso.
Alguns fleches de luz passavam através da cortina no lado esquerdo, qual tinha visão para a área da piscina. Assim, dando melhor visibilidade para a psicóloga.
A loira retirou o moletom qual vestia, o jogando sobre a poltrona no canto do quarto. Logo juntou-se a morena que ainda dormia sobre a cama, Marília a abraçou por trás de forma carinhosa, a encaixando numa conchinha.
-Bom dia. - sussurrou assim que a morena se mexeu um pouco.
Maraísa virou-se de frente, escondendo o rosto na curva do pescoço da menor. A abraçando pela cintura, colando-se mais ainda a ela.
-Senti sua falta. - a morena disse ainda sonolenta.
-Eu também senti sua falta. - a loira comentou enquanto beijava seu rosto de forma desajeitada e carinhosa.
MARAÍSA
Ficar ali era tudo que eu queria, mas tínhamos pouco tempo. Eu precisava resolver as últimas coisas pendentes na máfia antes de me ausentar completamente. Assim que descemos pro 1 andar, recusei o café da manhã me oferecido e logo pedi que chamassem Henrique.
-Precisaremos ir até o México. Vai nos custar alguns dias, mas tentaremos voltar o mais rápido que der.
-Não vou até o México. - respondi rapidamente.
-Por que não iria? - ele questionou óbvio, revirando os olhos.
Em alguns dias é o aniversário da Marília, não vou pro México e deixá-la aqui. Muito menos levá-lá e tornar tudo desagradável com um bando de homens patéticos e criminosos. - respondi.
-Maraisa. -Ele reclamou.
-Busca o Rio e traz ele aqui, não vou até o México buscá-lo.
Rio no caso era o homem que assumiria meu lugar. Sempre foi de confiança e tinha uma mente mirabolante, inteligente e ambiciosa tanto quanto eu. Seu jeito frio e severo de agir me passava responsabilidade e disciplina, no qual era tudo que eu precisava.
-Ok. - Henrique cedeu, de forma paciente. Informou-me que embarcaria ainda nesta tarde, e por fim, saiu de perto.
(...)
Marília se aproximou outra vez, me encontrando no balcão e me abraçando pela cintura. Ela me olhou de forma atenciosa e abaixei consideravelmente um pouco para beija-la.
-O que foi isso? - ela questionou tocando as marcas vermelhas ainda insistentes em ficar no meu corpo. Porém agora mais fracas.
-Maiara e os surtos dela. - expliquei. - Não foi nada demais.
Marília se manteve em silêncio, observando a região por alguns longos segundos. Depois disso, a loira deitou a cabeça em meu peito, mantendo-se em silêncio.
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LÁ MARFIA -MALILA
FanficLa Marfia é uma história fictícia onde uma loira acaba ficando sobre o poder da maior mafiosa da América latina. #Marilia #Maraisa #LGBT #Lesbica #Mafia #Amor