La Marfia é uma história fictícia onde uma loira acaba ficando sobre o poder da maior mafiosa da América latina.
#Marilia #Maraisa #LGBT #Lesbica #Mafia #Amor
-Ah... - Julia me olhou confusa. - O que faz no quarto da minha mãe?
Seus olhos verdes estavam foscos, ela não emanava a mesma leveza que Lara. Me relembrava a morena, relembrava o olhar vazio de sua mãe.
-Eu.. - procurei palavras e da expressão séria dela surgiu um sorriso.
Não me importo, só queria ver sua reação. - ela explicou paciente e notei que ela agia como Maraísa
Era como uma cópia em tamanho reduzido...
-Mas já que está acordada... - ela me olhou eloquente. - Vai me ajudar em algo.
-Não tenho opção?
- Não. - ela revirou os olhos. - Você não tem opção.
Ela segurou minha mão, mas antes de me puxar pra qualquer lugar que estivéssemos indo naquela casa, me olhou de cima a baixo.
-Você fica bem nas roupas dela. - ela disse com um sorriso de canto referindo-se a blusa de Maraísa qual eu vestia.
Caminhei ao lado da pequena garota de cabelos claros e olhos verdes até uma sala bem diferente já vista por mim. Parecia um escritório ou algo do tipo, bem detalhado e intercalando entre o vermelho sangue e o preto fosco.
-O que está fazendo? - questionei ao vê-la sentar-se na cadeira principal e tirar da gaveta lateral da mesa uma caixa mediana preta.
-Tia Maiara pediu que fizessem um café da manhã pra mamãe. É aniversário dela. E...- ela me olhou de relance. - Ultimamente ela não tem estado bem.
Me aproximei e ela me encarou séria, persuasiva e paciente. Me explicou que procuraria um momento oportuno pra entregar a mãe quando estivesse a sós com a morena e sua irmã gêmea, a compreendi.
-Do que precisa?
-Posso ser menos boba e consequentemente menos mimada, e com toda certeza, mais inteligente que a Lara. Mas ainda sigo as regras da minha mãe... - ela disse com a dicção quase perfeita.
Eu sorri com sua fala e ela sorriu de canto me encarando tranquila com seus belos pares de olhos verdes.
-Preciso que me ajude a embalar isso. Ainda não posso mexer em tesouras e a tia Luiza está ocupada. - ela disse convicta.
Abri a caixinha Vermelha e lá estava um belíssimo colar da Cartier cravejado em diamantes.
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- É... incrível. - comentei e ela assentiu.
-Ela não te contou, não é? - ela questionou após meu silêncio continuo. - Sobre a data...
-Não. - respondi paciente enquanto a ajudava a colocar a caixinha em algo lacrado e decorativo.
-Ela só não se sente confortável... - ela disse paciente, tocando minha mão. - Ainda.
Eu assenti deixando um sorriso terno.
-Mas me conta, como você arrumou isso? Você só tem 5 anos! - mudei o foco do assunto e ela sorriu sentando sobre a mesa.
-É simples, olha só... - ela pegou o celular qual era seu. - Eu só preciso escolher e mostrar ao Henrique. o que você quer.
-Não quero nada. - disse sincera e ela revirou os olhos.
-Se eu estivesse na sua posição claramente diria que queria muitas coisas. - ela tocou meu braço. -Vamos lá... escolhe algo.
-Mas... Eu não quero nada.
A notei olhar pra tela por alguns minutos e alternar o olhar entre o que passava na timeline e a mim.
-Não importa, gostei disso e combina com você. - ela mostrou algo rapidamente e nem pude ver direito.
-O que você está fazendo? - questionei confusa e séria. - Para, não quero.
-Eu só estou presenteando minha futura... - ela pensou em como dizer. - Madrasta. - soou com dificuldade. - e já enviei ao Henrique, não dá mais pra negar.
Eu a encarei séria e ela deixou um sorriso forçado entendendo que havia aprontado.
Ela era completamente diferente da irmã. Era como Maiara e Maraisa, ambas representando uma parte diferente de si. Lara carregava doçura e tinha um jeito carinhoso. Julia era mais séria, solitária e costumava falar com civilidade. Odiava estudar mas ia sempre bem nas coisas. Eu aprendi muito sobre ela, a observando.
-Acha que ela vai gostar? - questionei baixo, interativa.
-Ah... ela sim, mas a conta bancária dela claramente não. - ela disse dispersa.
(...)
Descemos as escadas lentamente e podemos notar que Maraísa já estava acordada. Sua voz ecoava na enorme casa enquanto ela conversava com um empregado da cozinha e com Luísa. Não entendi o que diziam já que a língua falada era francês.
Me aproximei com Julia e a garota sentou-se ao lado da tia e da irmã. Repousei as mãos nos ombros da morena e ela elevou uma das mãos acariciando uma das minhas.
Luisa desviou o olhar enquanto falava algo com Maiara que não tirava o foco do celular. Vi seu sorriso e fiquei tímida. Maraísa segurou minha mão me guiando pra sentar ao seu lado.
-Onde você estava? - ela questionou baixo, apenas pra mim, paciente.
-Uma das suas filhas me sequestrou. - respondi e ela sorriu de canto.
-Enquanto comíamos, Maraísa mantinha umas das mãos em minha perna. Onde seus dedos hora ou outra arrastavam-se em lentidão fazendo um carinho paciente.
(...)
Vi as crianças sairem na companhia de Henrique, e ao que escutei elas teriam treinamento de algo. Maraísa não as isentava das responsabilidades mesmo que estivessem a "passeio". Luisa e Maiara se levantaram para acompanharem as sobrinhas e por fim fiquei a sós com a morena.
Maraísa ainda carregava um olhar cansado e agora um tanto quanto preocupante, algo a incomodava e eu sentia que ela estava prestes a dizer. Então mudei o foco a desejando parabéns em um timbre baixo, quase em um sussurro e ela sorriu fraco. Aproximei o rosto e deixei um beijo demorado próximo ao seu maxilar, descendo pro seu pescoço.
MARAÍSA
Voltei ao foco depois que ela se afastou mordendo o lábio inferior com um sorriso maldosamente saliente enquanto sua mão acariciava minha coxa.
-Precisamos conversar... - a olhei paciente e ela assentiu em silêncio.
Deixei um beijo rápido em seus lábios e levantamos para irmos até um lugar mais reservado.