SUGIRO QUE FAÇA O IMPOSSÍVEL

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ALGUMAS SEMANAS DEPOIS...

MARAÍSA

Os dias na ilha haviam ajudado bastante, nossa relação vinha se fortalecendo cada vez mais, mesmo que ela ainda estivesse naquela balança inconclusa pelos hormônios. Suas crises de ciúmes eram completamente enlouquecedora, e ela sempre queria um motivo para discutirmos, entretanto, eu sempre fazia suas vontades e não invalidava nenhum sentimento seu.

Eu a cuidava, como se fosse meu único objetivo em vida, porque na verdade, era.

E mesmo com todas essas semanas passadas, cheias de tormentos, eu ainda estava ao seu lado. Nada nela me cansava, nem seus enjoos matinais, reclamações diurnas e implicâncias por ciúmes. Eu também não a abandonava quando corria da cama em direção ao banheiro, colocando toda refeição ingerida para fora. Muitas das vezes, não dava tempo, e eu acabava sendo o alvo atingido. E sempre que a via envergonhada pelo fato acontecido, eu a deixava claro de que nada que fazia, me deixava com raiva ou enjoava-me.

(...)

Havíamos chegado ao fim do quinto mês de gestação, Marília já adentrava o sexto mês. O último mês havia sido cansativo, ela vinha tendo insônias e já não se alimentava bem. Acontece que o bebê necessitava dela para um desenvolvimento perfeito, e não conseguir cumprir tudo muito bem, estava sobrecarregando-a e atrapalhando alguns pontos na gestação. Vínhamos sendo acompanhadas um pouco mais de perto, já que Marília vinha apresentando sintomas nada legais...

Acordei com ela se mexendo na cama, e instantaneamente sentei-me. Desde que havíamos planejado essa gestação, meu sono passou a ser extremamente leve. Um mínimo suspiro seu, era um susto pra mim.

-Amor... - chamei baixinho, antes de notar que ela já estava acordada. - Tudo bem?

-Só estou com dor de cabeça. - disse baixinho. - Vai passar logo, já tomei remédio. Volta a dormir.

-Está com dor a muito tempo? - questionei confusa, ao olhar sua expressão nada confortável.

-É... um pouco. - disse mentirosa. - Tem algumas horinhas. - confessou. - Amor! Para com isso, vem! Deita aqui. - ela soou impaciente quando levantei-me da cama, buscando o telefone sobre o móvel ao lado.

-Marilia, da pra você me escutar ao menos uma vez? - repreendi sem olhá-la, enquanto em meu aparelho telefônico buscava o contato da ginecologista obstétrica.

Não demorou muito para que a chamada fosse atendida, e logo pude ouvir a voz feminina.

LIGAÇÃO ON...

-Mara, estão tendo algum problema? - sua voz atenciosa foi notória. - Estou em cirurgia no momento.

-Marilia está com dor de cabeça a algumas horas, disse que tomou medicamento mas ainda não passou. - expliquei. - Você disse que deveríamos ligar, caso isso acontecesse.

-Ouve alguma alteração na temperatura corporal? - questionou paciente.

Eu podia ouvir sua voz pedir equipamentos cirúrgicos entre o pouco tempo que intercalava pra falar comigo.

-Não. - respondi assim que Marília respondeu em um movimento com a cabeça.

-Observe os pés dela, me diga se estão inchados. - questionou.

Caminhei até a loira, e descobri seus pés cobertos pelo edredom vermelho, de linho. Os toquei e estavam frios como nunca, ao aperta-los observei a branquidão e o inchaço completamente notório.

-Estão. - disse séria, e a escutei instruir o tal interno qual segurava seu aparelho telefônico para que comunicasse-se melhor comigo.

-Eu preciso que traga-a até mim. Vamos fazer alguns exames, realizar algumas medicações e ver o que está causando isso. - soou paciente, mas sua voz me parecia tão gélida e assustadora. - Maraísa? - chamou-me após alguns segundos.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora