NARRADOR:
Uma taça de vinho tinto exposta sobre a mesa, em quantidade mínima já se encontrava. Marília digitava ao celular enquanto falava com a mãe, apesar de ser tarde, o fuso horário cooperativa para a mais velha.
A loira se assustou quando ouviu um mínimo barulho vindo do segundo andar, olhou em volta porém não viu nada. A luminosidade da tela foi abaixando de acordo com o tempo em que a loira observava em volta... e então, lembrou-se de Maraísa.
A loira subiu as escadas em passos ritmados até chegar ao segundo andar, e ao abrir a porta do quarto não encontrou a mafiosa na cama.
MARÍLIA
-Amor? - chamei ao me aproximar da porta do banheiro e notar que estava fechada por tentar mover a maçaneta. - Abre pra mim, por favor.
Eu esperei por alguns minutos até que ela fizesse por vontade própria. Estava um pouco pálida e aparentemente havia vomitado.
-Tudo bem? - questionei ao receber apenas seu silêncio.
Ela assentiu milimetricamente e em seguida fechou os olhos encostando-se na porta.
(...)
Ela tomou banho e insistiu em vestir algo meu. Deitou na cama um pouco enjoada e sem falar absolutamente nada.
-Tem certeza que não precisamos ir ao hospital?
-Imagina o tumulto que aconteceria se eu fosse ao hospital? - ela retrucou. - Estou bem, prometo que se piorar a gente vai.
-Vou acreditar em você. - me rendi.
Ela deitou no fim da cama, fechou os olhos e tentou voltar a dormir. Aparentava estar irritada... então a deixei em paz. A cobri com o edredom e deitei no outro canto da cama.
NARRADOR:
Maraísa não conseguiu dormir por mais que tentasse a todo custo. Sentia um desconforto imenso, e tentando amenizar isso, buscou abraçar a loira que deitada ao lado assistia algo na TV.
Quer ao menos um remédio? - a loira questionou um pouco preocupada.
-Eu estou bem.
-Bem quem está sou eu, Maraísa. Você está péssima. Para de birra. - a loira disse séria.
-Não briga comigo! - ela disse manhosa, com um tom de chateação.
-Desculpa. - a loira sussurrou ao sentir o corpo feminino buscar o seu cada vez mais.
(...)
Acabou que quase pela manhã tiveram que ir a emergência. Maraísa foi diagnosticada com infecção alimentar e após receber instruções médicas teve de ficar por algumas horas. Na volta pra casa Marília comprou os remédios receitados e algo pra comerem em casa já que Maraísa ainda estava meio pra baixo e ela estava sem a mínima coragem pra conseguir cozinhar algo.
-A gente não precisa ir para o Brasil amanhã.
-A gente precisa ir para o Brasil amanhã. - ela rebateu.
Marília percebeu o quanto a morena era inquestionável quando estava doente e aquilo foi necessário para deixá-la dizer o que queria sem poder levar a sério.
Voltaram para casa e Maraísa apenas subiu para o quarto. Marília abriu a caixa de mensagens do aparelho telefônico da morena e havia apenas uma mensagem da irmã dizendo que já estava indo para Minnesota com as gêmeas.
-Posso usar seu moletom? - a morena questionou ao ver a loira entrar no quarto.
-Não precisa pedir. - respondeu paciente e recebeu um beijo rápido em menção de "obrigada".
-Desculpa por estar sendo insuportável. - ela disse séria. - Pode ficar aqui comigo? - questionou ao ver a loira colocar a mão sobre a maçaneta para sair enquanto ainda atenciosa tinha o celular como foco.
-Preciso resolver algumas coisas em Amsterdã depois que sairmos do Brasil. - a loira mentiu enquanto caminhava em direção a cama, após desligar o aparelho.
-O que? - questionou confusa, curiosa.
-A gente saiu de lá sem planejamento, preciso pegar algumas coisas na faculdade. - inventou.
-Posso pedir que alguém pegue, se quiser. - sugeriu.
-Não... só eu posso pegar, e... preciso resolver as últimas documentações pra "trancar" a faculdade de italiano.
-Quer que eu vá com você? - questionou deitando se no peito da loira.
-Não precisa, eu volto rápido. Prometo, meu bem. - sorriu de canto, deixando um beijo na cabeça da morena.
-Sabe que se quiser continuar as aulas de italiano em Minnesota, basta dizer. - disse tímida por não querer se impor demais.
-Não quero que pague nada pra mim, se é isso que está querendo fazer. - respondeu paciente.
-Vai continuar com isso até quando? - a morena ergueu o rosto.
A loira se manteve em silêncio.
-Não estou te pedindo pra depender de mim, só quero fazer algo por você. - a morena disse explicativa. - Também sei que você é capaz de pagar o que quiser sozinha.
-Eu não quero voltar a fazer italiano. - ela recusou. - Aquilo foi meio que um impulso que me ajudava a te tirar da mente, e agora eu te tenho aqui. Posso pensar em fazer italiano outra hora, agora só quero ficar com você... será que dá pra gente calar a boca e só ficar aqui?
-Senta aqui... - a morena sorriu de canto ao mesmo tempo em que levava a loira para seu colo.
Marília deitou a cabeça entre a curva do seu pescoço e o ombro. As unhas de Maraísa arranharam suas costas em um carinho lento...
-Sua madrugada foi intensa, desculpa. Obrigada por cuidar de mim.
-Eu vou cuidar de você sempre, só estou exausta agora... - sussurrou e Maraísa sorriu outra vez a abraçando.
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LÁ MARFIA -MALILA
FanfictionLa Marfia é uma história fictícia onde uma loira acaba ficando sobre o poder da maior mafiosa da América latina. #Marilia #Maraisa #LGBT #Lesbica #Mafia #Amor