BRECHA

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LUÍSA

-Bebida? - Henrique questionou a mim enquanto eu me sentava ao sofá e ele colocava algumas pedras de gelo dentro de um copo com whisky.

-Eu estou grávida! - respondi óbvia.

-É um sim, ou um não. - ele rebateu, como sempre, com seu jeito irritante.

Fomos tomados pela cena inesperada de Maiara correndo ao descer as escadas e a voz rouca de Maraísa a gritando pela casa, podíamos sentir todo o seu ódio no tom de voz usado.

-Give me the fucking gun. (me dê a porra da arma) - Maraísa pediu em um tom já controlado enquanto descia as escadas lentamente, caminhando em direção a Maiara que a provocava.

-O que pode fazer agora? nada. - Maiara movimentava a pistola em mãos, como se brincasse com um brinquedo infantil qualquer.

-Me dê a porra da arma, agora. - a morena pediu outra vez com sua voz autoritária, regulada e rouca. Apontando o dedo para Maiara.

Maraísa vestida em apenas um top preto, e a cintura envolvida a uma toalha... tinha o abdômen a mostra, deixando notar-se os arranhados em vermelho na parte superficial da pele, tanto quanto o braço direito, aquilo demonstrava que as duas haviam brigado fora do cômodo qual todos estamos agora.

-Você tem poder, todo mundo faz o que você manda fazer. Marco, Henrique, seus soldados... Ninguém nunca pode te impedir. - Maiara dizia com naturalidade, por mais que a expressão de Maraísa agora fosse nem mais que intimidadora.

-Don't point the fucking gun at me! - (Não aponte a porra da arma pra mim) aquilo soou gélido.

-Parem, as duas! - tentei intervir, em vão. - Que inferno!

-O que você quer que eu seja? - Maiara continuava a provocar. - Sua esposa morta? - disse sorrindo. - Seus mercenários a sua mercê?

-Já chega! Me dá a arma! - seu tom de voz alterou e Maiara sorriu insistentemente provocativa.

-Se você não gostar de alguma coisa, é só mandar parar que eu paro. - ela sorriu. - Ops, você já não tem poder aqui, irmãzinha! - a provocou outra vez, aprontando a arma sequencialmente.

Maraísa descia em passos lentos até o primeiro andar, enquanto Maiara já podia tocar os pés a ele. Seu olhar assassino me parecia mais que gélido, e provocativa Maiara insistia em continuar.

-Você descumpre as leis, mas obedece as regras da Almira. Por quê?

Maraísa se aproximava cada vez mais, enquanto Maiara se distanciava. A irmã mais nova sorriu aprontando a arma para si própria.

-there's a bullet in the gun, don't fucking point it at you! (Tem bala na arma, não aponta essa porra pra você!) - ela disse em um tom rouco.

-Agora você se importa com isso? - questionou.

- você é completamente louca.

-Você é a loucura dentro da nossa cabeça. - ela sussurrou sorrindo. - Mas tem loucura na sua cabeça também, consigo ver. - apontou outra vez a arma para irmã.

-Give me the fucking gun! (Dê-me a porra da arma! ) - pediu com o tom de voz alterado.

Maiara respirou fundo, abaixando a arma e colocando-a sobre a superfície do móvel planejado a sua esquerda.

-É assim que me sinto, e me senti todos esses meses com as suas mentiras. Fora do controle, é ótimo não poder fazer nada, não é? - ela questionou séria e Maraísa se manteve em silêncio, estática no último degrau da escada.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora