É AQUI QUE TERMINA.

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NARRADOR:

As fotos de Ohana e o empresário estavam espalhadas por todo o Instagram. Os dois em um jantar casual, aparentemente felizes enquanto conversavam. Capturados por paparazzis e confirmado pelos dois em seguida, após um questionamento.

Marília já deitada na cama, com Lara em seus braços, estava abraçada por trás, por Maraísa, que de forma delicada mexia em seus cabelos.

A loira sonolenta era assistida pela empresária, que a observava fechar os olhos. Maraísa ainda brincava em mexer em seus cabelos, por mais que a loira já dormisse.

(...)

O relógio marcava 5:30 da manhã quando o celular da empresária tocou e o nome de Anitta permaneceu na tela. Ela apenas analisou Marília dormindo com as filha sobre a cama, as cobriu melhor e se direcionou pra fora do quarto após se vestir de forma rápida. A morena pegou as chaves do carro e em seguida seguiu direção ao aeroporto...

Era cedo demais para que desconfiassem dela, ninguém havia visto-a além de seus funcionários, completamente ao seu Mercer.

A morena estacionou o carro não tão distante da entrada, pelo fato do local está parcialmente vazio. Não era horário de pico no aeroporto, devido a isso, estava tudo mais calmo.

A mais velha recebeu a filha de braços abertos, com um abraço firme e um beijo na testa de forma rápida. Anitta tinha uma expressão cansada, seus olhos verdes estavam ofuscados e agora, já não mais carregavam aquele brilho de antes. Ela não aparentava estar chorosa, lidava com as coisas reprimindo-as. Seu jeito desnorteado e disperso, mostravam o quanto ela estava cansada não somente pelo voo, e sim de todas as situações negativas que aconteceram em sua vida e ela sequencialmente acabava enfiando-as no fim da "gaveta".

-Vamos pra casa, ok? - questionou baixinho, puxando a morena para os braços.

-Podemos... sei lá, comer antes? - ela questionou com a voz um tanto quanto rouca.

Maraísa assentiu, antes de colocar a pequena mala no carro. O carro refinado havia opções, EB padrão, Highway (para estrada) e o Handling (para pistas). Se nos dois primeiros ele era confortável e suave como se espera de um carro com acabamento tão refinado, o modo Handling mostrava como o Chiron podia ser bruto. E como esperado, saindo do zero a 100km em questão de 2,5 segundos.

-Você não tem medo de morrer? - a morena de olhos verdes questionou assim que saíram da área pública, acessando a rodovia.

-Não. - respondeu paciente. - Onde quer comer? - questionou.

Os 200km alcançados em 6,5 segundos. E os 300km poderiam ser alcançados em menos de 15 segundos. E caso o proprietário quisesse chegar a casa do 400km, bastava usar uma chave secundária, onde lhe permitia acesso ao modo que o levaria em até mesmo 420km.

(...)

Ainda estava parcialmente escuro, mas chegaram a área que desejavam bem rápido. Era como um sopro, em questão de curtos minutos. Mesmo preservando sua vida, reclusa a todas as mídias e meio de transmissão de notícias... Maraísa agora fazia o papel de mãe, não se importou em descer do carro com a garota e ir até o local. Compraram o que precisavam e em sequência retornaram pra casa. Anitta comia em silêncio enquanto Maraisa dirigia de forma sútil, dessa vez sem abusar da velocidade.

(...)

A morena a guiou até o quarto de hóspedes no terceiro andar. O ambiente era grande, e já aparentava estar preparado para a jovem de apenas 17 anos. Anitta sentou na cama um tanto quanto frustrada e Maraísa se direcionou até ela...

-Posso ficar sozinha? - questionou depois de tempo, abraçada a mãe.

-Pode. - sussurrou. - Se precisar de algo, e não quiser descer lá embaixo e ter de encarar tudo que precisamos. Basta mandar mensagem pra mim, ou ao Henrique, ele já sabe que está aqui. - a morena ressaltou.

Maraísa seguiu para fora do quarto após deixar um beijo no rosto da mais nova, em sequência se afastando lentamente e caminhando em direção a porta.

FLASHBACK...

9 MESES ANTES, EM CHICAGO...

Anitta caminhava ao lado de Ohana enquanto se mantinham em silêncio. O relógio marcava cerca das 19:30h, e as margens do lago Michigan, já era possível se observar o por do sol.

Estavam na cidade a trabalho, a mais velha tinha fotos pra fazer e uma tabela de trabalhos arquitetada pela Colcci. Anitta a acompanhava de boa vontade, e por também necessitar estar ali. Por mais que tivesse 17 anos, já era dona de imensas responsabilidades e tinha noção disso. Foi preparada a vida toda, indiretamente pela mãe e pelo tio, Henrique, que mesmo de longe acompanharam todas as fazes de sua vida. Por mais que não estivessem presentes em nenhuma delas…

-Não está exausta? - a mulher de 19 anos questionou com um sorriso fraco, analisando a morena ao seu lado.

-De quê? - questionou confusa, sorrindo reciprocamente.

-Estamos aqui a algumas horas, e você ainda não descansou. - a modelo ressaltou.

Dividiam o mesmo quarto de hotel. Não se sentiam com a privacidade invadida quanto a isso, tinham um lance instável e vez ou outra rolava algo. Se conheciam a cerca de 7 meses, e mesmo que Ohana fosse mais velha, e estivesse ali a pouco tempo, já tinha um lugar reservado de certa forma. E afinal... gostavam de ficar juntas, mesmo que não revelassem isso.

-Não deveria se importar com isso. - a empresária disse séria, observando o lago ao lado. - Estou cuidando da sua carreira.

-Eu sei... mas, deveria.. - foi interrompida.

Anitta a puxou para seus braços, envolvendo-a de certa forma.

-Deveria calar-se e aproveitar as pequenas horas que ainda temos. - a garota de olhos verdes soou convicta. - Amanhã é um dia importante pra você, não deveria estar pensando em quantas horas consecutivas eu passo acordada.

Na manhã seguinte encontrariam Shawn Mendes, um possível empresário que passaria a ser investidor de Ohana. Assim como Anitta. Mas mal imaginária a garota, que seu emocional estaria em risco a partir daquele dia...

-Vai estar lá, não vai? - questionou duvidosa.

-Estarei. Observando cada paço que der, e garantindo que seja um projeto completamente perfeito. - sorriu de canto e Ohana apoiou a cabeça em seu ombro.

Ohana passaria uma temporada, cerca de 2 meses em Chicago após o "tal dia importante". Certamente sem a supervisão da empresária, completamente a mercê da supervisão de Shawn.

-Quando volta? - questionou um tanto quanto cabisbaixa.

-Em algumas semanas. - respondeu paciente, olhando nos olhos da menor. - Volto pra buscar você.

Ohana de maneira instintiva, mesmo que insegura. Se aproximou a beijando em sequência, prendendo as mãos em sua nuca, entre seus cabelos enquanto Anitta a mantinha por perto com as mãos em sua cintura.

-Aonde vai terminar nossa história? - questionou baixo. - É aqui que acaba?

A mais velha questionou, ficando sem resposta. Recebendo apenas o silêncio inacabável de Anitta.

ATUALMENTE...

Sentada ela tinha a postura largada, o celular nas mãos, as cortinas abertas e o olhar fixado ao sol lá fora. Anitta agora estava mais que convicta, após analisar o que tinha visto ali na pequena tela. O verde ficava escuro, os pensamentos mais rápidos e as mãos gelavam.

-É aqui que nossa história termina. É aqui onde acaba... - disse baixo, para si. Sozinha naquele quarto, enquanto ascendia um cigarro.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora