SUPERIORIDADE

438 42 13
                                    

NARRADOR:

Marília estava na cama enquanto a mafiosa se manteve lá embaixo. Haviam discutido outra vez e a psicóloga decidiu subir para não tornar aquilo tudo em algo pior.

MARÍLIA

Ela entrou no quarto e eu suspirei pesado. Temendo termos uma outra discussão ou algo do tipo, a analisei enquanto ela me olhava descaradamente com sua frieza inegável. Seus cabelos loiros presos em um coque frouxo, os lábios vermelhos... vestida apenas em uma lingerie vinho e um short de seda no mesmo tom.

-Vai ficar parada na minha frente a noite inteira? - questionei paciente.

-Eu estou criando coragem, será que dá pra você ficar quieta? - ela rebateu.

Foi impossível não sorrir da sua mudança de postura. Ela fechou os olhos por alguns segundos...

-Eu errei. - ela respirou fundo. - Me desculpa. Eu quero mudar isso.

-Misericórdia. - me surpreendi. - Doeu tanto pra falar isso?

-Eu não sei mais me cuidar sozinha. - ela disse com um olhar tímido. - Você pode cuidar de mim?

Eu sorri enquanto ela se mantinha estática esperando uma resposta. Seu corpo tensionado e sua expressão tímida. Por ter o corpo parcialmente despido, pude ver seu diafragma relaxar e contrair, mostrando sua respiração mais intensa, e em sequência ela mordeu os lábios me confirmando que realmente estava nervosa.

NARRADOR:

Marília sussurrou um "vem aqui" e deu dois tapinhas sobre a própria perna. Maraísa caminhou até ela, sentando-se em seu colo com uma perna de cada lado. A loira tocou seu rosto o acariciando lentamente na região do maxilar.

-Eu só precisava disso. - explicou com paciência e tranquilidade. - Que me mostrasse que é capaz de aceitar quando erra e está disposta a mudar isso. Não vou gritar ou te julgar por isso ou qualquer outra coisa que faça, apenas quero que seja leal e paciente comigo, paciente com os meus medos. Eu não vivia assim, eu nunca havia cometido crimes até uma semana atrás e ar de frieza e superioridade nunca foi comum pra mim.

As mãos da loira deslizaram pelas costas da mais velha, arranhando com a ponta da unha em sutileza.

-Sua violência com sua família me assustou. Eu tive medo. - a pequena confessava.

-Eu nunca gritaria ou levantaria a mão para você... - a loira a interrompeu.

-Entende que quase todos os casos de agressão no mundo começam com um "eu nunca faria isso"? E acaba que no fim fazem pior? - a menor explicava de forma eficiente. - Não estou dizendo que venha a fazer, mas sim que isso deve mudar.

Maraísa apenas a encarava, escutando atentamente.

-Eu vi e entendi sim que você foi posta em pressão, que estava em um momento de impulso e tudo bem. Mas depois que passou... não justificava a agressividade toda.

-Eu mataria por você quantas vezes fosse necessário.

-Eu prefiro que viva comigo ao invés de se por em perigo por mim. - a loira tocou seus lábios e em seguida deu um beijo rápido.

-Tudo que quisermos mudar, podemos mudar. Mas ninguém vai tocar em você com brutalidade, goste você que eu me arrisque ou não.

- E por que faria isso?

-Porque você me ajudou a sentir algo que eu nunca achei ser possível. - a morena / loira disse enquanto sentia as unhas da outra arranhar sua nuca. - Eu te amo. É tão difícil entender isso?

-Maraisa você matou aquele homem a facadas na área de lazer da vó das suas filhas. Entende a gravidade disso? Não é sobre amor, é sobre seu extinto de vingança e violência.

-Talvez eu também tenha feito por vingança e se você não concorda com o motivo, ótimo. Eu nunca afirmei ser a dona da verdade. - A mafiosa a olhou nos olhos. - Mas ninguém machuca a mulher que eu amo, e continua respirando.

Marília tentou falar, mas foi impedida pela mafiosa que rapidamente a beijou.

-Por favor... - a morena/ loira pediu em um sussurro e outra vez foi impedida por uma resposta negativa.

-Ainda estou estressada com seu episódio de surto de superioridade.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora