ESBARRO E POSSESSÃO

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NARRADOR:

Dois dias se passaram e as duas não falaram sobre a indireta bem direta de Maraísa em querer ter a loira para si.

Pareciam bem e estáveis. Depois de um almoço juntas em um restaurante parcialmente vazio, foram para o aeroporto onde embarcaria para o tal evento na Inglaterra ainda aquela noite.

Luisa e Maiara já haviam ido na noite passada, mas por precisar resolver algumas coisas, Maraísa optou por ir no fim da manhã do outro dia. Concordou com Henrique que Marília iria com ela, pois seria entediante passar horas em um voo completamente sozinha.

...Algumas horas depois...

MARÍLIA

Caminhávamos em direção ao tapete vermelho da entrada do tão luxuosos evento. O local era impressionante tanto quanto a luxúria e ganância que exalava por cada metro quadrado naquele ambiente. As roupas de grife se destacavam entre os empresários tão pouco vistos pela mídia, mas tão reconhecidos pelo mundo.

Os jornalistas pareciam urubus sedentos atrás de carne valiosa entre aquelas pessoas. Dali sairiam ótimas matérias para serem comentadas durante um bom tempo...

Câmeras foram apontadas para Maraísa assim que ela foi notada, flashes luminosos machucavam nossas visões ao mesmo tempo em que nossas mãos eram elevadas ao rosto para cobri-los. Bem, por estar em meio aqueles Pereira eu precisava me realocar e adaptar-me as consequências de estar entre eles.

Maraísa não se manteve próxima a mim quando entramos. Concordamos em fazer isso para que não não ficasse tão exposto tanto aos criminosos ou a matérias de fofoca que estávamos "em um caso".

Depois de adentrarmos, celulares foram confiscados para que nada fosse vazado além do programado. Então a partir daquele ponto, tínhamos um pouco mais de liberdade por mais que isso não fosse tão certo.

NARRADOR:

Champanhes foram servidos e entrevistas em um camarim separado e um tanto quanto distante foram efetuadas.

Maiara e Maraisa responderam algumas perguntas de forma rápida, curta e séria. Suas vidas não eram uma pauta para ser citada, ambas não gostavam disso e contornava sempre que podiam. Apenas negócios.

Diferentemente do assento escolhido durante a palestra inicial dada por Domenico Dolce e Stefani Gabanna, Maraísa optou por sentar ao lado de Marília. A mesa dos Pereiras estava em um lugar mais reservado e as luzes agora um pouco menos luminosas, aquilo lhe dava abertura e facilitava tal ação.

MARÍLIA

De uma forma discreta a mão de Maraísa deixou um apertão em minha coxa, repousando ali após invadir a longa fenda lateral do vestido. Eu podia sentir seus dedos movimentarem-se em lentidão causando uma fricção lenta enquanto eu a olhava descaradamente. Sua outra mão levava agora aos lábios uma taça de vinho enquanto ela tinha a visão dispersa focada em qualquer outro lugar, menos em mim.

foi uma atitude espontânea, leve.

O olhar frequente direcionado a ela era esbanjado em admiração. Maraísa era realmente uma inovadora e entre muitos ocupava um alto patamar. Sua mente mirabolante e inteligente trabalhava em excesso, trazendo a ela essa consequência de reconhecimento e poder aquisitivo.

Suas ações demonstraram que naquela noite ela não estava ali somente para uma aparição na mídia, mas também em buscas de expansão na moda. Sua mente visionária agora pedia por mais, uma ambição um tanto quanto maior, uma parceria impensável.

Stefani Gabbana se aproximou e enquanto conversavam em italiano pude notar que ele expressava-se de forma cuidadosa e paciente com Maraísa. Em sua feição era visível o conforto em falar com ela. Ambos conversavam na língua nativa do estilista e eu não podia entender se quer uma sílaba, apenas observar o que se era falado. Domenico Dolce também se aproximou e ambos conversaram por alguns minutos. Depois que eles saíram, Maraísa deixou um sorrisinho vitorioso escapar e eu sorri de canto levando minha mão de encontro a sua que neste momento se mantinha estática sobre minha coxa.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora