EXPLOSÃO

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HENRIQUE

-Ela sabe sobre isso? - questionei enquanto passava um gel sobre as marcas ainda vermelhas de Maraísa.

-Sim, ela sempre soube. - respondeu. - Quando contei ela não aceitou muito bem, mas conversamos e... é, ela entendeu. - ela informou.

A ajudei descer do balcão e ela me ajudou a guardar os medicamentos.

-Maraisa, não enche, por favor! - eu reclamei assim que ela se aproximou do elevador e apertou o botão para o andar de Maiara.

-Não vou discutir, prometo. - ela sorriu fraco, de forma sincera.

MARAÍSA

Me aproximei da porta do quarto da minha irmã mais nova, respirei fundo por alguns segundos e coloquei a mão na maçaneta. Abri a porta e encontrei Maiara sentada na cama, escondendo o rosto entre as mãos. Sua postura estava mais que errada, devido a sua coluna curvada.

-Ei... - A chamei baixo.

-SAI DAQUI! - ela pediu em um tom devidamente alto e rude.

-Você sabe que não vou sair. - fechei a porta e caminhei até ela. - Está tudo bem, ok? - coloquei seus cabelos atrás da orelha.

-Por que não contou pra mim, por que não me deixou te ajudar em tudo isso? - ela ergueu o rosto me olhando pela primeira vez, agora mais calma.

-Se fosse você naquele bunker comigo, e eu implorasse pra fugir com todos aqueles homens e me deixar lá? - me mantive paciente.

-Eu não teria coragem.

-E se estivesse no lugar da mamãe, conseguiria me deixar ser torturada por dias, sem intervir pelo fato de isso ser parte do plano? - questionei outra vez.

-Eu buscaria você, na mesma hora! Sem piscar ou pensar! - ela respondeu rápido.

-Era o que eu imaginava, e é por isso que não fez parte de tudo. - a dei o motivo. 

Maiara levantou-se e me abraçou rapidamente, escondendo o rosto na curva do meu pescoço. Por mais que ela sentisse raiva, ainda seria a menininha qual eu precisava proteger. Ela ainda tinha aquele jeito protetor e inseguro.

-Não se culpa por isso, ok? - eu pedi, acariciando seus cabelos.

-Desculpa por ter te machucado. - ela sussurrou.

-Está tudo bem agora. - beijei sua testa, e a mantive por perto, em meus braços.

NARRADOR:

NO OUTRO DIA, 20:45 DA NOITE.

Akron era um cidade fria, até mais do que Marília podia imaginar.

Nesse exato momento ela se encontrava seguindo o treinador de boxe, que voltava pra casa após seu último turno de treinamento na academia estadual. A loira estacionou do outro lado da rua e esperou que o profissional colocasse o carro na garagem e entrasse em casa.

Seus olhos castanhos estavam mais que focados e espertos agora. Seu sentimento protetivo aguçado e... sua mente a milhão. A loira olhava as ruas calmas e silenciosas em volta, enquanto colocava as luvas pretas e o silenciador na pistola recém comprada em uma gangue. 

Vestida de preto, a loira atravessou a rua em passos rápidos, designando-se até a porta onde deu duas batidas leves. Ela esperou por alguns minutos até que escutou passos e a porta foi aberta.

-Boa noite, em que posso ajudar? - o homem questionou confuso, devido ao horário. Ele aparentava estar cansado, e bem inseguro com a presença da loira que o encarava com seriedade.

LÁ MARFIA -MALILAOnde histórias criam vida. Descubra agora