MARAÍSA
Ainda na manhã, qual havíamos dormido por pouco tempo... fomos surpreendidas pelo choro da criança no berço não tão distante. Notei Marília extremamente exausta e então levantei-me e caminhei almejando conseguir acalmar o garoto.
-Ei... - chamei baixinho ao pega-lo no colo, e logo o vi silenciar-se.
Toquei a ponta do seu nariz e me vi sorrir. Selei sua bochecha em um beijo fraco e o observei respirar fundo. E por fim, chegou o momento qual eu tentei antecipar ao máximo. Ver Marília em dor nunca me satisfez, entretanto havia chego a hora.
-Meu amor... - chamei baixinho, após colocar Léo no meio da cama. Entre ela e o lado da cama qual eu costumava dormir.
Marília olhou-me sonolenta e eu a enchi de beijos, com paciência. Sentei-me ao seu lado quando Léo foi pego por ela, e então demos início a primeira amamentação. Senti sua mão entrelaçada a minha, apertar forte quando seus olhos foram fechados e Léo deu início a amamentação.
-Vida... - ela chamou rouca, escondendo o rosto em meu pescoço quando a abracei lateralmente sem interferir no que fazia.
Eu podia ouvir seus gritinhos abafados pela dor que sentia. Tanto quanto a respiração descompassada.
(...)
Depois de vinte minutos sofridos, Anitta adentrou o quarto e pegou a criança. Quando viu Marília deitada na cama enquanto cobria o rosto em meio a um choro não deixado ser visto.
-Eu fico com ele. - disse baixinho, recebendo o Leozinho. - Cuida dela.
Assenti paciente e voltei para a cama. A puxei para mim, abraçando-a fortemente, enquanto acariciava suas costas desnudas. Não nos arrependermos de ter um filho, mas a maternidade era de fato difícil. Principalmente pra Marília que tinha de passar por tudo, entretanto eu nunca a deixaria passar sozinha.
-Eu posso fazer alguma coisa? Pra tentar ajudar? - questionei paciente.
Ela já havia passado uma pomada indicada e colocado compressas também indicadas, para as fissuras feitas devido a primeira amamentação
-Só fica aqui... por favor. - disse rouca, baixinho. - Como estamos.
Seu rosto afundado em meu pescoço, suas pernas entrelaçadas as minhas, e minha mão livre qual não a envolvia, acariciava suas costas nuas por baixo do edredom que dividimos. Eu podia ouvir cada suspiro seu, e as vezes até sentir suas lágrimas molharem minha pele. Enquanto ela permanecia silenciosa.
Eu não entendia sua dor, porque em nenhuma das gravidez eu fui a gestante. Entretanto, reconhecia aquele sentimento, era o mesmo que vinha de Luísa, e de Lauana. Eu nunca havia apoiado tanto alguém, assim como fazia por Marília, isso era verídico e eu não podia negar. Ela foi minha maior oportunidade e eu zelava por cada sentimento seu, sem inválida-los ou julga-la por senti-los.
MARÍLIA
Eu não podia em um resquício de mentalidade questionar as ações de Maraísa. Ela era simplesmente perfeita. Não me abandonava por um mísero segundo, tão pouco contrariava minhas necessidades. Sua voz rouca e doce cantarolava algo em italiano, e confesso que aquele timbre levou-me a calma mais pura. Capaz de fazer-me esquecer até da dor irritante que sentia, focando-me apenas em sua voz divina que ecoava em melodia.
Ela me ensinou que o amor não era doloroso como vivenciado no início da minha juventude. Além do mais, talvez tenha sido amor... entretanto, somente da minha parte.
-Me sinto melhor. - sussurrei ao sentir seus toques sutis e premeditados.
Sua mão acariciava minhas costas e seus lábios agora selavam beijos fracos em minha testa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
LÁ MARFIA -MALILA
Fiksi PenggemarLa Marfia é uma história fictícia onde uma loira acaba ficando sobre o poder da maior mafiosa da América latina. #Marilia #Maraisa #LGBT #Lesbica #Mafia #Amor