MARAÍSA
-Recomendo que pense... - repousei a mão sobre seu ombro esquerdo, enquanto ela ainda me olhava nos olhos.
-Prometo. - ela respondeu baixo, e em seguida deixou um beijo em meu rosto.
Anitta mexia no celular, parecia responder alguém. Depois de um tempo me olhou atenciosa e pareceu procurar palavras.
-Quer que eu leve você?
-Ah... não. - recusei. - Tenho um compromisso pessoal. Eu gostaria de jantar com você antes de voltar pra casa...
-Tudo bem, a gente marca.- ela sorriu, assentindo.
NARRADOR:
Maraísa se despediu da filha quando ambas chegaram ao estacionamento. A mais nova entrou no próprio carro, deixando o estacionando. Já Maraísa, entrou no Cadillac Escalade e se manteve em silêncio por alguns minutos, com o aparelho telefônico em mãos. Marília havia mandado mensagem pela manhã, e Maraísa já podia imaginar sua irritação carregada de preocupação.
MARÍLIA
Meu celular tocou e eu já podia imaginar quem seria, o nome dela apareceu na tela e um sorriso irritado involuntariamente foi mostrado. Maraísa conseguia me tirar do sério com mínimos detalhes...
-Vida, me desculpa!! - ela disse de forma rápida. - Era algo urgente e eu precisei sair, não queria te acordar também... eu pensei que sairia mais cedo daqui. Me desculpa mesmo! - tentou se explicar.
-Poxa, podia ter me mandado mensagem. - sugeri.
-Desculpa. - ela pediu mais uma vez. - Faz assim, a gente busca seu pai no aeroporto e almoçamos em Quirinópolis.
-Tem certeza disso? - questionei.
-Tenho. - ela disse, e pude escutar o carro ser ligado.
(...)
Me olhei no espelho por mais alguns segundos, respirei fundo após Maraísa desligar a chamada e coloquei o celular sobre a pia, ainda no banheiro do meu quarto. Me maquiei com paciência após terminar o babyliss no cabelo...
Senti as mãos macias e bem reconhecidas por mim, me tocarem na cintura. Os lábios delicados me beijarem no pescoço, descendo até o ombro e as mãos pressionarem-me um pouco mais firme.
MARAÍSA
Analisei cada detalhe em seu look para a ocasião diurna, e observei o quanto ela estava linda.
-Você está perfeita. - sussurrei apoiando o rosto em seu ombro.
Ela deixou um sorrisinho escapar depois que mordi seu pescoço. A abracei mais forte e suas mãos repousaram sobre as minhas, enquanto nos olhávamos no espelho.
-Meus pais vão sair depois que terminarmos em Quirinópolis. - ela disse depois que a soltei.
-Sendo assim, podemos aproveitar o tempo pra conversar? - questionei, cruzando os braços e me apoiando na parede, enquanto olhava cada ação e detalhe nela.
Marília ainda passando perfume, se manteve em silêncio. Ela guardou o objeto e após terminar tudo que fazia, me olhou de forma carinhosa. Suas mãos tocaram meu rosto ao mesmo tempo em que as minhas se deslocaram até sua cintura outra vez.
-Desde que você termine nua pra mim, posso abrir uma exceção pra essa conversa. - finalizou antes de me beijar.
MARÍLIA
Fomos para o carro e enquanto esperávamos minha mãe, ainda no estacionamento, conversávamos sobre como achávamos ser a reação do meu pai. A morena tinha a mão repousada sobre minha coxa pela parte interna em forma de carinho, ao mesmo tempo em que conversávamos assuntos banais...
-Sua mãe já está vindo. - ela sorriu, ligando o carro assim que avistou a mais velha.
Sua mão livre foi até o volante do Cadillac, e assim que minha mãe entrou, Maraísa deu ré nos retirando do estacionamento interno do prédio. Em questão de minutos já estávamos na rua, indo em direção à avenida. Minha "namorada" e minha mãe conversavam sobre como gostavam do clima de Goiás, e eu como uma filha boba pelas experiências da mãe e apaixonada pela delicadeza da mulher com a mão em minha coxa e a visão no trânsito, me via como uma completa idiota.
-Meu bem, pode estacionar aqui? - ela questionou baixo, parecia confusa quanto a vaga assim que chegamos ao aeroporto.
Minha mãe instantaneamente sorriu com o chamado espontâneo, e pude sorrir de volta com tamanha importância.
-Pode sim, Mara. - Minha mãe respondeu de forma gentil, o que fez Maraísa aparentar ficar mais confortável e soltar um sorriso de canto.
Maraísa estacionou e aguardamos mais uns 15 minutos até que meu pai retornasse a ligação dizendo que já havia recebido as malas. Logo descemos do carro e fomos em direção a entrada principal do aeroporto. A empresária andava lado a lado comigo e minha mãe, mas quando menos esperei sua mão entrelaçou a minha passando um ar ainda maior de segurança em estar comigo em área pública e social, qual poderíamos ser reconhecidas.
MARAÍSA
Marília correu para os braços do pai assim que o avistou e foi impossível não sorrir com o carinho entre família qual eles tinham. Aparentava se passar anos e mesmo assim a relação se mantinha estável e amorosa.
-É um prazer conhecer você, Maraísa! - ele sorriu gentil e eu estendi a mão.
O homem ainda mais seguro de si, me puxou pra um abraço rápido e confesso que aquilo significou muito. Voltamos ao carro e seguimos para Quirinópolis.
A viagem foi um pouco longa onde eu e Mario conversamos bastante sobre alguns pontos em específico, nada demais, porém qual mantínhamos em comum e que gostávamos. Descobri que a figura paterna da loira ao meu lado adorava a cultura italiana...
-Já provaram a culinária italiana? - questionei paciente enquanto movia o volante para o lado esquerdo, nós dando acesso a via.
-Não. -Ruth respondeu paciente.
-O que acham de almoçarmos em um restaurante italiano aqui em Quirinópolis? - questionei outra vez.
-Qual você sugere? Não sei bem sobre, então gostaria de uma opinião.
-Um dos meus preferidos é o Alloro al Miramar. - meu sotaque arrastado ainda soou presente.
-Lá é um restaurante de alto patamar, não acha que seria caro demais? - ela questionou tímida.
MARÍLIA
-Não se preocupem com o preço, ok? - Maraísa sorri gentil. - Eu quero conhecer melhor vocês e acredito que um ambiente legal, de ambas e espontâneas vontades e curiosidades seria o específico é recomendado.
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LÁ MARFIA -MALILA
FanfictionLa Marfia é uma história fictícia onde uma loira acaba ficando sobre o poder da maior mafiosa da América latina. #Marilia #Maraisa #LGBT #Lesbica #Mafia #Amor