Isabelly olhava o celular entediada, o movimento na biblioteca estava bem ameno e ela não tinha muito o que fazer. Escutou o sininho da porta olhando a mesma.
— Olá, senhorita.
O homem falou para si, ela o olhou avaliaria, ele era alto, branco, os cabelos eram em um loiro claro longo, presos em um meio rabo de cavalo, ele trajava uma calça jeans escura, uma camiseta branca e um sobretudo longo e bege, seus olhos eram em um violeta intenso, arqueou a sobrancelha, ele não parecia humano.
— Olá senhor, como posso te ajudar hoje? — Perguntou cordialmente e ele sorriu.
— Meu nome é Aaron, jovem Isabelly, fico satisfeito em finalmente conhecê-la.
— Me conhecer? — Disse confusa.
— Digamos que você é famosa em meu reino.
— Famosa? Seu reino?
Isabelly ficava cada vez mais confusa, o olhando estranho.
— Bom, como eu lhe disse, me chamo Aaron, e eu sou o paladino dos reinos do céu.
Ela entreabriu os olhos, espantada, como assim o paladino estava ali?
— Você é o paladino?
— Sim, senhorita.
— E o que você faz aqui? Melhor, você pode ficar andando tranquilamente na terra assim?
— Não exatamente…
— Sabe, Aaron, eu aprecio muito clareza e você não está sendo nesse momento, então poderia me explicar especificamente o que o trás aqui? Porque deduzo que não foi só pra olhar pra minha cara.
Aaron deu um pequeno sorriso, arqueando uma sobrancelha. Ela claramente tinha uma língua afiada, e o olhava em desconfiança.
— Eu vim conversar com você, jovem Isabelly…
— Conversar comigo?
— Mais especificamente te contar algo de suma importância.
— Pois então conte.
— Bom, normalmente eu não deveria e não poderia falar de tal assunto, mas acredito que você deva saber.
Isabelly suspirou incomodada, realmente não era fã de enrolação, a deixava ansiosa e isso a irritava muito.
— Então…?
— Seu irmão sumiu a alguns anos, certo?
Ela semicerrou os olhos, avaliativa.
— Sim.
— Desculpe-me a pergunta indelicada, mas imagino que saiba que ele está morto, certo?
A jovem mordeu o lábio incomodada, ela imaginava sim que aquilo havia ocorrido, mesmo que todo dia tentasse negar o ocorrido. Onde ele queria chegar com esse assunto?
— Sim…
— Você tem ideia de como isso ocorreu, quem o fez?
Isabelly maneou a cabeça negativamente o olhando confusa. Ela não sabia como nem quem fez, nem mesmo a polícia descobriu.
— Não, não sei.
— Bom, senhorita… Se você pensar um pouco, conseguirá a resposta facilmente. — Afirma se aproximando, a encarando com aquelas íris violetas que apesar de belas tinham um brilho tão cruel quanto as de Maxwell, aquele homem era estranho.
— Está me chamando de burra, Aaron? — Questionou sem desviar o olhar.
— Jamais Isabelly.
— Então seja mais direto, por favor.
— Foi o Maxwell, jovem Isabelly. — Disse sem cerimônias.
— E o que me levaria a crer em você?
— Sou um anjo, fui escolhido para proteger as pessoas, não enganar, não teria o porquê de mentir para você, já ele...
— Um anjo até Lúcifer era, desculpe-me Aaron, mas conhecendo o Max, quem me garante que você não é só mais um qualquer que gosta de julgar?
— Eu não teria o porque de mentir sobre tal coisa, e como disse você o conhece, deduzo que saiba que ela já fez coisas hediondas e essa é uma delas.
— Não...
Isabelly mordeu o lábio, aquilo só poderia ser alguma piada de mal gosto .
— Você só pode estar brincando.
— Brincadeiras não são o meu forte senhorita, novamente eu não teria o porque de mentir, inclusive seu irmão o odeia.
— Como você sabe que meu irmão o odeia?
— Na minha atual posição eu sei de muitas coisas.
Ela balançou a cabeça negativamente, não querendo acreditar.
— Não...
Seu coração acelerava de forma sufocante, sentia o chão cedendo abaixo de seus pés, aquilo não poderia ser verdade.
— Sinto muito, mas é a verdade, Isabelly.
— Por quê está me contando isso?
— Eu achei que você deveria saber, no entanto aqueles que têm contato consigo não te contam, então eu decidi fazer, mesmo que vá contra nossos propósitos.
— Não, não, não…
Isabelly olhou as mãos trêmulas, a respiração ficando irregular.
— Me fala que é mentira, por favor…
— Sinto muito, senhorita.
Isabelly piscou, nervosa, as lágrimas fugindo automaticamente.
— Me deixe sozinha... — Pediu em um fio de voz, sem conseguir olhar o homem à sua frente.
— Se é o que deseja.
— Por favor...
— Certo, foi um prazer conhecê-la, Isabelly.
Ela suspirou, definitivamente não poderia dizer o mesmo. Aaron saiu, a deixando sozinha. Levou as mãos ao rosto não mais conseguindo controlar o choro.
Sentia uma dor intensa, não queria acreditar naquilo, mas quanto mais pensava, mais a possibilidade se tornava real. Chorou alto, como uma criança, não queria acreditar naquilo.
Saiu de trás do balcão caminhando até a porta, a trancando, em seguida rumou até o sofá que havia ali, deitou no mesmo e se encolheu, chorando de maneira que não fazia a dias.
Aquilo não poderia ser verdade, não poderia acreditar que ele havia matado seu irmão, era doloroso demais. Como ele pode? Pensou, como ele pode estar consigo todo esse tempo e não lhe contar? Mentir olhando em seus olhos.
Não parecia real, sentia-se em um pesadelo horrível.
Esse tá curtinho, apenas para preparar o coração para o próximo...
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Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)
FantasyO que você faria se seus pais fossem distantes de si e seu irmão, a pessoa que mais amava, sumisse ou morresse? Era assim que Isabelly se encontrava, sozinha e abalada. O que pouco a pouco a fez cair em uma depressão profunda, envolvendo-se em um mu...