Capítulo 52

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Isabelly entrou no quarto, levou a pipoca a boca e quase engasgou com o susto que tomou.

— Maxwell?

Olhou rumo a poltrona, ele estava sentado, quieto, seus olhos estranhamente possuíam duas cores, um mostrava o azul que ela tanto apreciava e o outro o amarelo que havia visto na última visita a sua casa. — O que você tá fazendo aqui?

Como as luzes do quarto estavam apagadas, tendo somente a TV iluminando, não o via direito. Se aproximou a fim de conseguir ver melhor e então se espantou.

Maxwell estava todo sujo de sangue, não usava a máscara, expondo a grande cicatriz ao lado esquerdo de seu rosto, que começava acima da sobrancelha, descia sobre seu olho e parava milímetros antes de sua boca, era grossa e ela não conseguiu imaginar como seu olho era intacto. Todavia isso não lhe espantou, mas o sangue em seu rosto, cabelo, roupas e mãos sim.

— Maxwell...? — Chamou de novo e então o olhar que até então parecia distante foi direcionado a si. Sentiu um arrepio incômodo subir espinha acima, algo estava muito errado.

Ele sorriu mostrando os dentes assustadores e algo em si sentiu vontade de sair correndo.

— Ruivinha...

— Maxwell o que é isso, v-você tá ... Isso é sangue?

Ele olhou suas mãos, parecia pensativo.

— Imagino que sim...

— Imagina?

— Não me lembro muito bem... — Afirma baixo tombando a cabeça para o lado.

— Como não se lembra?

— Não sei...

— Você machucou alguém?

— Eu... acho que sim.

— Céus... — Respirou fundo, tentando manter o controle.

Ele a olhou sério e se levantou caminhando em sua direção, elevou a mão completamente suja na intenção de tocá-la, mas ela deu um passo para trás.

— Não! — Diz com firmeza e ele contrai a mão, a olhando de novo.

— Eu estou sujo... Isso incomoda você? – Questiona realmente confuso.

— Não incomodaria, caso não fosse sangue.

— Entendo...

— Maxwell, você precisa ir embora.

— Não posso...

— Por que não?

— Eles vão me pegar.

— Eles quem? Porque?

— Eles, eu só... Sinto, não posso. — Afirma e se senta em sua cama olhando as mãos, imóvel.

Passou a mão no rosto, aflita, não sabia o que fazer.

Anjo Das Sombras (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora